“E dar a todos os que choram em Sião uma bela coroa
em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de pranto, e um manto de louvor em
vez de espírito deprimido. Eles serão chamados carvalhos de justiça, plantio do
Senhor, para manifestação da sua glória”. Isaías
61:3
Era uma manhã de sábado eu
e o meu filho estávamos a caminho de casa, próximo à rua em que transitávamos
uma loja de móveis realizava uma ação promocional com muita queima de fogos de
artifícios. O meu filho desde bebezinho tem medo do barulho desses tipos de
fogos. Quando ainda era bem novinho que alguém soltava fogos próximo de onde estávamos,
eu batia palmas e dizia a ele que onde tivesse fogos de artifícios tinha festa,
alguém estava feliz e comemorava algo, então deveríamos bater palmas também. Às
vezes a técnica funcionava, outras vezes não. Até hoje ele ainda demonstra medo
com esse barulho e nesse dia ele me disse que estava com muito medo e, eu para
acalmá-lo repeti o mesmo discurso de que não era preciso desesperar que as
pessoas estavam apenas comemorando e que os fogos estavam lá no céu e não iria
chegar até nós. Ele virou-se para mim e disse: “Mãe só me protege, por favor,” eu
prometi protege-lo, então ele pegou a minha mão e passou em volta de seu ombro
e disse: “É para me proteger assim mãe, não tira o seu braço porque eu estou
com medo”. Neste instante eu me segurei para não sorrir, não do seu medo, mas
da sua inocência, ele não sabia, mas, aquele meu braço não representava nenhuma
proteção física dos fogos que estouravam no céu. Devido o seu medo ele permaneceu calado
durante todo o percurso, aquele silêncio todo me trouxe uma reflexão sobre
nossa necessidade de sentirmos guardados quando ficamos amedrontados.
Às vezes quando estamos em
uma situação em que o medo nos acomete muitos querem convencer-nos de que não
temos motivos a temer. Mas há
determinados momentos que não é uma palavra que vai nos ajudar, o que precisamos
é apenas de um braço que nos envolva para que possamos sentir protegidos. Às vezes o medo é consequência dos nossos próprios
atos, e muitos se levantam contra nós com sermões deixando-nos pior do que estávamos.
Deus em sua infinita sabedoria sabe discernir o que precisamos, quando é
necessário Ele mesmo nos fala ou usa outras pessoas para nos repreender e corrigir.
Mas Ele sabe também dos momentos em que precisamos apenas de proteção, então
Ele nos põe em Teu colo até que todo o medo passe. Sentir medo é comum do ser
humano, por mais que a nossa fé esteja firmada ainda assim em alguns momentos o
medo rugirá e fará com que fiquemos acanhadinhos e saímos em busca de um refúgio para
nos esconder. É sobre o lugar em que refugiamos quando estamos com medo que
iremos falar no post de hoje.
Elias foi um dos profetas a
quem o Senhor revestiu de poder e autoridade. Foi ele quem levou uma palavra de
julgamento contra o rei de Israel, Acabe e sua esposa, Jezabel por terem levado
a nação israelita à idolatria. Ele profetizou que nem orvalho e nem chuva
haveria de cair naquela terra (1 Reis 17:1) e então a seca se abateu durante três
anos e meio. Isso provocou a ira do rei que influenciado por sua esposa começou
a persegui-lo com intenção de matá-lo. E então Elias um profeta que havia
enfrentado sozinho mais de quatrocentos profetas de Baal (deus a quem os israelitas
estavam adorando por influência do rei Acabe) deixou-se intimidar pela rainha Jezabel
e fugiu para o deserto.
No deserto Elias sentou-se
debaixo de um pé de zimbro e pediu a morte (1Reis 19:4) É difícil compreender como
alguém com tamanha intimidade com o Senhor chegue a tal situação, sendo um profeta
ele poderia liberar uma palavra de benção que poderia mudar sua situação. Mas
não foi o que houve. Mesmo sendo um homem muito usado por Deus, Elias não se
eximiu do medo e da depressão. Ali debaixo da árvore ele dormiu e foi acordado por
um anjo de Deus que havia levado comida para que ele se alimentasse. Elias
comeu e deitou-se novamente. Pela segunda vez o anjo do Senhor o acordou para
que ele comesse novamente pois, ele teria um longo caminho a seguir e precisava
de forças. Elias comeu e seguiu pelo deserto e com a força daquela comida
caminhou quarenta dias e quarenta noites até o Monte de Deus, chegando lá avistou
uma caverna e entrou dentro dela e foi nesse momento que o próprio Deus o
perguntou o que fazia lá.
Uma pessoa com depressão
evita a companhia de outras, a impaciência e a irritabilidade impossibilita o
bom convívio, dessa forma a solidão passa a ser a opção mais agradável a pessoa
depressiva. Quanto menos luz no ambiente melhor, segundo estudos o ambiente em
que vive uma pessoa retrata a sua mente, logo uma mente que se encontra em
trevas vai refugiar-se em lugares escuros. Quando refiro a “trevas” para
retratar o estágio da mente de uma pessoa que encontra em estado de depressão,
é um comparativo, pois treva é ausência de luz, a depressão é ausência de
motivação, de esperança e de expectativa acerca da vida, por isso é comum que a
pessoa faça questionamentos em relação a sua existência, pois falta luz, falta vida.
A depressão é um problema de saúde pública, é considerada como o mal do século,
seguida pela síndrome do pânico. Estima-se que 30% da população sofra com esta
doença sem saber, pois muitos têm dificuldades em reconhecê-la, pois os seus sintomas
podem ser apontados por outros como “frescura” “preguiça” ou desculpa para não
assumir responsabilidades, com medo de críticas a pessoa não busca ajuda e
acaba se escondendo dentro da caverninha. A depressão é uma doença séria e pode
dar legalidade a problemas muito maiores como o suicídio por exemplo.
Eu convivi com a depressão
por muito tempo, embora não quisesse aceitar que tinha essa doença chegou um
momento que tive que encará-la, pois a caverninha estava apertada demais
a ponto de me tirar o fôlego. O Senhor chamou-me a trata-la, durante esse
período assim como fez com Elias, ele me supriu em tudo. As ameaças malignas aumentam
de acordo com a nossa fragilidade. De repente todo o mal que nos cerca aparenta
ser muito maior do que tudo o que já vivemos e conquistamos em Deus na nossa
vida, questionamos nossa força e até mesmo a autoridade que o Senhor nos deu. Eu
não recorri a nenhum profissional para obter ajuda na cura da depressão e de
outras coisas que na época vinha sofrendo, por um tempo era por ausência de
recursos financeiros, mas depois de receber uma palavra de Deus onde o Senhor
me disse que só Ele poderia me curar, pois Ele não aceitava dividir Sua glória
com ninguém, eu confiei. Fortes essas palavras, né? Sim, foram elas que me
sustentaram. Durante esse período, eu
meditava em Sua palavra e repetia em voz alta as promessas que estão na bíblia
que são herança para os filhos do Senhor. E um fator que me ajudou muito foi o
louvor e a adoração, nos momentos mais difíceis eu O louvava e O adorava. O
louvor era para que Deus sentisse que mesmo em meio a tudo o que passava eu
acreditava em suas promessas, e, a adoração era que independente das
circunstâncias Ele era Soberano em minha vida. São essas duas atitudes que o
Senhor espera de nós, que confiemos Nele e que exaltemos Sua santidade, pois
fomos criados para adorá-lo. Quando cumprimos com o propósito para qual fomos
criados, Deus se encarrega de fazer o resto. Ele mesmo revelou-me os motivos
pelos quais me levavam à constante depressão, e Ele mesmo trouxe a cura. Mas
isso só foi possível quando eu tomei a decisão de sair da caverninha e busquei
refúgio no esconderijo do Altíssimo. No Altíssimo encontramos sombra (descanso)
e fortaleza (ânimo renovado). Nenhum mal
chega até nós, porque anjos de Deus nos cercam. Lá recebemos o alimento de Deus
(o amor e a graça) para que possamos seguir a nossa caminhada.
Eu resolvi falar
desse tema, pois certa vez conversava com uma pessoa acerca de uma conhecida
que estava com depressão e ela me disse que um profissional indicou que a mesma ouvisse música como tratamento à doença, pois a música
fala diretamente ao sistema do cérebro responsável pelas emoções, motivação e
afetividade. Disfarçadamente dei uma piscadinha pra Deus, o meu “paisicólogo” pois juntos percorremos o caminho certo.
Outro fato que motivou este post foi acompanhar na internet uma história que me deixou muito triste , a do padre
Marcelo Rossi que vem lutando contra a depressão. Imagine vocês, enquanto buscava cura louvando ao
Senhor, uma das músicas que eu ouvia e cantava em alto e bom som era “Mesmo na
tempestade, mesmo que se agite o mar, te louvo te louvo em verdade” justamente
na voz do padre mencionado. O grande profeta Elias caiu né, mas fora levantado
e concluiu seu ministério aqui na terra para honra e glória do Senhor. E creio que assim o Senhor fará também na
vida dos que aceitarem a doença e buscarem por sua cura.
A palavra de Deus diz: “Meu povo se perde por
falta de conhecimento” (Oséias 4:6). Às vezes conhecemos apenas o pai
consolador e esquecemos que este mesmo pai é provedor, outras vezes o
conhecemos como o criador e esquecemos que ele é também psicólogo, mentor e
libertador. Na história contada no início deste post o meu filho naquele momento
queria apenas a mãe protetora, ele não queria a mãe orientadora ou uma mãe psicóloga
com suas técnicas de convencimento. E por falar em mãe, quantas funções são
atribuídas a nós, não é mesmo? Mãe, médica, cozinheira, professora, psicóloga, dona de
casa. Nós fazemos de tudo para que nossos filhos sejam cuidados e sintam-se amados.
Se nós mães que somos falhas e tão humanas somos capazes de fazer tanto aos nossos
filhos, imagine o Deus majestoso, misericordioso e infinito em bondade, que nos
deu por meio de Seu filho, o direito de chama-lo de Pai. Refugie-se Nele, creia
em sua palavra e então verás a glória de Deus em sua vida.
Glória a Deus por sua vida... é muito gostosa a forma que você aborda a Palavra de Deus com exemplos do seu cotidiano... Eu praticamente veja a cena...Lindo mesmo!!! Deus continue te abençoando e te usando assim... Fui muito abençoada... Bjs
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