Vá pra cruz!
Lucas 22 e 23
Compartilho o
testemunho de uma experiência que tive certa vez. O Espírito Santo ministrou ao
meu coração para que eu conversasse com uma pessoa acerca de uma situação que
ela e sua família viviam. Desde então, estive em oração para que o Senhor
confirmasse e preparasse o lugar e o momento certo. Deus proveu, e eu em obediência
falei com a pessoa. Mas para minha tristeza, ela foi muito rude comigo, usou de
palavras que fez me sentir humilhada. Fui embora para casa extremamente
chateada e furiosa e então questionei ao Senhor, o porquê dEle ter me pedido
para fazer aquilo sabendo que eu seria humilhada daquela forma. Lembro-me do
Senhor ter tocado em meu coração para perdoá-la simplesmente, e, orar por ela e
sua família, pois ela retornaria e iriamos conversar. Dias depois ela retornou
e conversamos sobre o assunto, e ela confidenciou a guerra pela qual passava e
reconheceu que o Senhor havia mesmo falado com ela naquela noite.
Isso foi o que
aconteceu, mas antes da história desenrolar, após demonstrar ao Senhor a minha
chateação pela forma como fui tratada por estar ali em obediência a Ele, fui
muito ministrada no meu momento devocional. Ao ler a bíblia e deparar com as
perseguições sofridas pelos servos do Senhor, as pedradas, e, o próprio sacrifício
de Jesus na cruz do calvário, senti-me tão constrangida, pois nada daquilo que
eu julgara ser “humilhação” era de fato uma “humilhação” se comparada aos mártires
da fé que definitivamente “negaram-se a si mesmo e tomaram a sua cruz”. Vi que
precisava negar o ego e o orgulho, e tomar a minha cruz. Quando decidimos andar
com Jesus devemos ir aos lugares onde Ele anda e não nos lugares onde nós
desejamos, isso inclui, a cruz, a crucificação, a morte.
A leitura de
hoje é sobre a morte e crucificação de Jesus. Tenho em mim que a saga de Jesus
(da condenação à consumação) deveria ser lida diariamente para que pudéssemos aprender
a esvaziarmos de nós e a carregar a cruz todos os dias. Jesus veio em carne e
sangue, logo, era um homem, era humano, mas o que sabemos da vontade de Jesus,
de seu íntimo? O que vimos foi Ele sempre fazendo a vontade do Pai. O único momento
que Ele expôs Sua vontade, o seu desejo de não tomar daquele cálice de
sofrimento, ainda assim disse: “Pai se
queres, passa de mim este cálice; todavia que não faça a minha vontade, mas a
tua” (Lucas 22:42). Com essa afirmação Jesus demonstrou medo, pois sabia o
que lhe aguardaria, mas Ele estava firmado no propósito do Senhor a ponto de alinhar
a Seu corpo, alma e espirito à vontade de Deus “pois eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, mas a
vontade daquele que me enviou” (João 6:38).
Se queremos permanecer
andando com Jesus devemos ir aos lugares que Ele anda, inclusive irmos à cruz,
a morte. Muitas coisas precisam ser crucificadas em nossas vidas para serem
mortas e enfim experimentarmos a ressureição em Cristo, a verdadeira conversão
no Senhor. Os discípulos andaram com Jesus durante o Seu ministério na terra,
ao seu lado viram-no operar milagres e anunciar as boas novas. Com Jesus
estiveram em tribulações, alegraram-se em festas e estiveram em comunhão antes
de sua morte. Na noite que antecedeu a crucificação de Jesus, estiveram todos
na mesa para a última ceia, antes, foram purificados ao terem seus pés lavados
pelo próprio Mestre. Mas na hora em que Ele foi para cruz, quantos deles
estiveram com Jesus? Todos o abandonaram e o deixaram (Mateus 26:56). Pedro que
olhava de longe, quando questionado se era um dos que andavam com Jesus, O negou
três vezes. É na cruz que vemos como é o
nosso relacionamento com Deus. Pedro arrependeu-se e depois que ficou cheio do
Espirito Santo não somente não negou ao Senhor como morreu por Ele, crucificado
de cabeça para baixo, pois não se achava digno de morrer como o Redentor.
Talvez você
pensa o porque de ter compartilhado o meu testemunho e o considere bizarro
perto de tantas histórias de verdadeiros mártires da fé. Essa experiência me mostrou a imaturidade
espiritual a qual eu tinha (e ainda tenho), e pude vê-la também em uma porção
de gente, que também se irrita quando a direção de Deus não lhe convém. O nosso
exercício de renúncia começa no pouco e só então estaremos aptos para o muito.
Se a resistência de uma pessoa a quem falamos nos incomodar, teríamos nós
coragem e ousadia para morrer por não negarmos a Jesus. Entendo que o Senhor permite
muitas situações para provarmos e principalmente provar a nós mesmos o quão
distantes da cruz estamos.
Mas cabe a nós
reconhecermos aquilo que Ele nos mostra para andarmos alinhados a Ele e enfim,
alinharmos por completo à cruz, corpo, alma e espirito. A caminhada é longa,
mas Ele sempre estará conosco a não ser se nós O negarmos, “Portanto qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei
diante de meu Pai, que estás nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos
homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que estás no céus” (Mateus
10:32-33). Quando não O obedecemos negamos ao Senhor, quando não O
reconhecemos, O negamos também, se em atitudes tão simples nos acovardamos,
quem nos dá segurança de que em uma situação extrema não O negaremos ao também.
A cruz nos dá essa segurança, mas, só se estivermos andando em direção dela.
Estamos em nosso
penúltimo dia do propósito “21 dias andando
com Jesus”, e a pergunta é: “Você quer continuar a andar com ele? Talvez os
próximos 21 dias seja um percurso com uma cruz pesada nas costas. Ainda assim,
quer caminhar ao Seu lado?”. Que essa palavra gere arrependimento, renúncia e
transformação em nosso coração, em nome de Jesus. E que possamos mudar as
nossas orações de “eu quero” para “o que Tu queres” e possamos dizer
juntos “O que é importante para ti
Senhor, é importante para mim”, negando a nós mesmos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário