segunda-feira, 21 de setembro de 2015

21 dias andando com Jesus



Vá pra cruz!
Lucas 22 e 23

Compartilho o testemunho de uma experiência que tive certa vez. O Espírito Santo ministrou ao meu coração para que eu conversasse com uma pessoa acerca de uma situação que ela e sua família viviam. Desde então, estive em oração para que o Senhor confirmasse e preparasse o lugar e o momento certo. Deus proveu, e eu em obediência falei com a pessoa. Mas para minha tristeza, ela foi muito rude comigo, usou de palavras que fez me sentir humilhada. Fui embora para casa extremamente chateada e furiosa e então questionei ao Senhor, o porquê dEle ter me pedido para fazer aquilo sabendo que eu seria humilhada daquela forma. Lembro-me do Senhor ter tocado em meu coração para perdoá-la simplesmente, e, orar por ela e sua família, pois ela retornaria e iriamos conversar. Dias depois ela retornou e conversamos sobre o assunto, e ela confidenciou a guerra pela qual passava e reconheceu que o Senhor havia mesmo falado com ela naquela noite.  

Isso foi o que aconteceu, mas antes da história desenrolar, após demonstrar ao Senhor a minha chateação pela forma como fui tratada por estar ali em obediência a Ele, fui muito ministrada no meu momento devocional. Ao ler a bíblia e deparar com as perseguições sofridas pelos servos do Senhor, as pedradas, e, o próprio sacrifício de Jesus na cruz do calvário, senti-me tão constrangida, pois nada daquilo que eu julgara ser “humilhação” era de fato uma “humilhação” se comparada aos mártires da fé que definitivamente “negaram-se a si mesmo e tomaram a sua cruz”. Vi que precisava negar o ego e o orgulho, e tomar a minha cruz. Quando decidimos andar com Jesus devemos ir aos lugares onde Ele anda e não nos lugares onde nós desejamos, isso inclui, a cruz, a crucificação, a morte.

A leitura de hoje é sobre a morte e crucificação de Jesus. Tenho em mim que a saga de Jesus (da condenação à consumação) deveria ser lida diariamente para que pudéssemos aprender a esvaziarmos de nós e a carregar a cruz todos os dias. Jesus veio em carne e sangue, logo, era um homem, era humano, mas o que sabemos da vontade de Jesus, de seu íntimo? O que vimos foi Ele sempre fazendo a vontade do Pai. O único momento que Ele expôs Sua vontade, o seu desejo de não tomar daquele cálice de sofrimento, ainda assim disse: “Pai se queres, passa de mim este cálice; todavia que não faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22:42). Com essa afirmação Jesus demonstrou medo, pois sabia o que lhe aguardaria, mas Ele estava firmado no propósito do Senhor a ponto de alinhar a Seu corpo, alma e espirito à vontade de Deus “pois eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (João 6:38).

Se queremos permanecer andando com Jesus devemos ir aos lugares que Ele anda, inclusive irmos à cruz, a morte. Muitas coisas precisam ser crucificadas em nossas vidas para serem mortas e enfim experimentarmos a ressureição em Cristo, a verdadeira conversão no Senhor. Os discípulos andaram com Jesus durante o Seu ministério na terra, ao seu lado viram-no operar milagres e anunciar as boas novas. Com Jesus estiveram em tribulações, alegraram-se em festas e estiveram em comunhão antes de sua morte. Na noite que antecedeu a crucificação de Jesus, estiveram todos na mesa para a última ceia, antes, foram purificados ao terem seus pés lavados pelo próprio Mestre. Mas na hora em que Ele foi para cruz, quantos deles estiveram com Jesus? Todos o abandonaram e o deixaram (Mateus 26:56). Pedro que olhava de longe, quando questionado se era um dos que andavam com Jesus, O negou três vezes. É na cruz que vemos  como é o nosso relacionamento com Deus. Pedro arrependeu-se e depois que ficou cheio do Espirito Santo não somente não negou ao Senhor como morreu por Ele, crucificado de cabeça para baixo, pois não se achava digno de morrer como o Redentor.

Talvez você pensa o porque de ter compartilhado o meu testemunho e o considere bizarro perto de tantas histórias de verdadeiros mártires da fé.  Essa experiência me mostrou a imaturidade espiritual a qual eu tinha (e ainda tenho), e pude vê-la também em uma porção de gente, que também se irrita quando a direção de Deus não lhe convém. O nosso exercício de renúncia começa no pouco e só então estaremos aptos para o muito. Se a resistência de uma pessoa a quem falamos nos incomodar, teríamos nós coragem e ousadia para morrer por não negarmos a Jesus. Entendo que o Senhor permite muitas situações para provarmos e principalmente provar a nós mesmos o quão distantes da cruz estamos.  

Mas cabe a nós reconhecermos aquilo que Ele nos mostra para andarmos alinhados a Ele e enfim, alinharmos por completo à cruz, corpo, alma e espirito. A caminhada é longa, mas Ele sempre estará conosco a não ser se nós O negarmos, “Portanto qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que estás nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que estás no céus” (Mateus 10:32-33). Quando não O obedecemos negamos ao Senhor, quando não O reconhecemos, O negamos também, se em atitudes tão simples nos acovardamos, quem nos dá segurança de que em uma situação extrema não O negaremos ao também. A cruz nos dá essa segurança, mas, só se estivermos andando em direção dela.  

Estamos em nosso penúltimo dia do propósito “21 dias andando com Jesus”, e a pergunta é: “Você quer continuar a andar com ele? Talvez os próximos 21 dias seja um percurso com uma cruz pesada nas costas. Ainda assim, quer caminhar ao Seu lado?”. Que essa palavra gere arrependimento, renúncia e transformação em nosso coração, em nome de Jesus. E que possamos mudar as nossas orações de “eu quero” para “o que Tu queres” e possamos dizer juntos “O que é importante para ti Senhor, é importante para mim”, negando a nós mesmos.


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