Um
lugar de tormento
Leitura
Bíblica: Lucas 16
Muitos vivem como se o inferno não existisse,
ou, até creem em sua existência, mas tem ignorado. A leitura de hoje revela que
quando esteve na terra, Jesus mencionou acerca dele e através de uma parábola
nos alertou quanto à conduta que devemos ter para não tê-lo como nossa morada
eterna. A parábola conta a história de um homem rico que vivia com muita esbórnia.
Havia também um mendigo cujo nome era Lázaro que ficava em sua porta e se alimentava
das migalhas que caíam de sua mesa. Esse mendigo morreu e foi levado ao céu
pelos anjos, e o homem rico que também morreu, porém foi para o inferno.
Estando ele em tormento no inferno, ergueu os olhos e viu de longe, Abraão e junto
dele, o mendigo Lázaro. O homem clamou misericórdia a Abraão, para que Lázaro
molhasse a ponta do seu dedo com água e fosse colocar em sua língua para
refrescá-la.
Abraão respondeu-lhe: “Filho, lembra-te de que recebeste os teus
bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu
atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de
sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os
de lá passar para cá”. O homem rico temeu por sua família e pediu a Abraão
que mandasse Lázaro a sua casa contar onde ele estava e o que ele estava
perecendo para que sua família não fosse parar naquele lugar também. Abraão
disse lhe que estes deveriam ouvir os profetas. Mas o homem rico insistiu: “Mas, se algum dentre os mortos fosse ter
com eles, arrepender-se-iam”. Porém, Abraão lhe disse: “Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que
algum dos mortos ressuscite”.
Essa parábola foi escrita há mais de dois mil
anos e ainda hoje ela é muito válida. A forma como muitos têm vivido suas vidas
como se não tivessem de prestar contas de seus atos. Muitas pessoas têm vivido
e curtido os seus dias como se essa vida, este mundo fosse tudo o que existisse,
sem sequer preocupar com o que acontecerá conosco após a morte. Enquanto profetas
se levantam e declaram: “É chegado o Reino de Deus! Arrependam-se!” ou “Jesus
está voltando”, muitos fazem deboche ou até mesmo ignoram, fingindo nem ouvir.
Essa parábola nos exorta a pensar na forma como temos vivido aqui na terra, na
forma de amar e nos relacionarmos com o próximo.
Muitas vezes envolvemo-nos a desfrutar do que
temos, das bênçãos concedidas a nós nessa vida e ignoramos as necessidades do
próximo. Lázaro mendigava migalhas e se alimentava delas, o homem rico no
inferno mendigava migalha também, pedia apenas um dedo molhado para refrescar
sua língua. Mas tinha uma diferença na situação de ambos, às necessidades de Lázaro
poderiam ser supridas pelo homem rico, uma vez que tinha tanto, a ponto de
viver uma vida desregrada. Já às necessidades do homem rico no inferno não
cabia a Lázaro atender, pois como mencionou Abraão na parábola, havia um “abismo”
entre eles, muito maior que o abismo social que os afastavam aqui na terra.
Ali nada mais poderia ser feito, ao contrário
de alguns ensinos antibiblicos do catolicismo acerca da existência do
purgatório, não existe um lugar de “re-teste”, somos julgados por nossos atos
aqui na terra, pois foi aqui que vivemos toda a nossa vida. Não existe um
“cantinho para pensar”, para purificar depois da morte. O cantinho para pensar
deve ser enquanto estivermos vivos, devemos refletir nossas atitudes
constantemente e mudá-las. Devemos avaliar se temos vivido em obediência ao
Senhor e principalmente no que se refere ao comprometimento em amar ao próximo.
O apóstolo Paulo escreve em sua carta aos coríntios
que “se não tivesse amor nada seria”. Uma vida cheia de fartura, cheia de bens,
mas sem amor, sem caridade para com o próximo não tem valor algum diante de
Deus. “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e
odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu,
como pode amar a Deus, a quem não viu?” (1 João 4:20). Negar ajuda ao
próximo é negar ao próprio Deus. No livro de Mateus capitulo 25, Jesus fala
acerca do grande julgamento depois de sua vinda. Nele o Rei dirá às pessoas à
sua direita: “Vinde benditos do meu Pai,
possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;
Porque tive fome e me deste o que comer, tive sede e deste-me de beber, era
estrangeiro, e hospedastes-me. Estava nu e vestistes-me, adoeci, e
visitastes-me, estive na prisão e foste me ver”. Aos que estiverem à sua
esquerda dirá: “Apartai-vos de mim,
malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seu anjos”.
Quando perguntado por ambos os grupos quando
foi que eles O viram e O ajudaram, e, O viram e não O ajudaram, o Senhor lhes
responderá: “Quando fizeste a um destes
pequeninos irmãos, a mim o fizeste. Quanto não o fizeste a um destes pequeninos
irmãos, não o fizestes a mim”. E então estes irão para o tormento eterno e
os outros irão para a vida eterna. (Mateus 25:34-46). Alguém ainda tem dúvida
de que a forma como tratamos o próximo e cuidamos dele vai ser essencial na
decisão do lugar onde iremos passar a eternidade? Deixe o Espirito Santo
continuar a ministrar o seu coração sobre esse assunto, pergunte a Jesus se
você tem vivido de forma desregrada de forma que tem incomodado a Ele, e O
acompanhe no caminho da caridade e da solidariedade, afinal, este caminho Ele
conhece muito bem. Graça e paz!
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