Fonte: Internet
Essa
semana a movimentação tem sido grande, afinal, neste domingo comemora-se o dia
dos pais. As vitrines das lojas destacam-se com letreiros suas ofertas e
promoções para persuadir os filhos a comprarem seus produtos para presentear os
seus pais. É uma loucura tanta informação, assim como tantas outras datas
comemorativas onde o comércio dispara na tentativa de aumentar suas vendas
nesse período. Talvez você que esteja lendo esse texto deve estar pensando: “Mas,
e aí, qual a novidade?”. Eu só iniciei esse texto falando de como o comercio
está nessa véspera do dia dos pais, mas o assunto que desejo tratar é muito
mais profundo. Nesses dias onde as redes sociais lotam com homenagens aos pais
quero falar com uma parcela, que não reconhece essa data, mas, que sofre ou
sente muito pelo motivo que a faz não reconhecê-la.
O
percentual de pais que não reconhecem ou abandonam seus filhos é muito maior
que das mães, até porque o filho é gerado dentro do ventre de uma mulher,
existe um laço intenso que é impossível de ser rompido a não ser que seja o
desejo da mãe ou em casos isolados, quando as circunstâncias obrigam. Mas o
homem é mais fácil de abandonar, de não assumir, muitos alegam a paternidade,
nem se preocupam como será a formação da criança e tão pouco como ficará a sua
estrutura emocional. Quem hoje vos
escreve é uma pessoal que tinha uma ferida paterna muito grande, eu cresci com
o sentimento de rejeição, de abandono e de exclusão dentro de mim pelo fato de
não ter sido procurada por meu pai. Mas, eis que, nesta caminhada da vida
conheci a Jesus e Ele levou-me a Deus, eu não estou falando que Jesus me falou
de Deus, eu já sabia sobre Deus, até falava “para” Ele em minhas orações antes
de dormir. Mas “saber sobre” e “conhecer o” são verbos muito diferentes. Quando
reconhecêssemos Jesus como o nosso Senhor e nosso Salvador nos tornamos filhos
adotivos de Deus, e aí toda a ferida causada pela carência paterna em nosso
coração, o nosso “Papai do Céu” vem com o seu bálsamo e cura-nos, nos dá o Seu colo para que possamos nos refugiar
nEle.
No
livro de Salmos 27:10 está escrito “Mesmo que meu pai e minha mãe me abandonem,
o Senhor me acolherá”. Isso mesmo, Ele jamais nos abandonará, estará conosco no
vale (Salmo 23:4), nas tempestades (Mateus 8:26), e nada, nada, nada nos separará
do amor dEle (Romanos 8: 38-39). O nosso Pai é o Deus da restituição, é o que
Deus que dá dupla recompensa no lugar da vergonha, que dá a plenitude do Seu
amor para que este possa fluir de dentro do nosso coração. Mas para o amor de
Deus fluir é necessário estarmos com o coração vazio para Ele nos encher, é
necessário esvaziar da amargura, do ressentimento, pois esses sentimentos
endurecem o coração e o fecha para o agir de Deus. Eu me recordo quando o
Senhor veio tratar isso em mim, Ele me falava sobre liberar perdão ao meu pai. Ele
lembrou-me do Seu mandamento: “Honra o teu o pai e tua mãe para que se
prolonguem os teus seus dias na terra que o Senhor Teu Deus te dá” (Êxodo
20:12). Não é uma passagem bíblica que apresenta uma opção de escolha: “honre seu
pai e sua mãe se eles forem legais com você”, ou “honre-os se eles jamais te
abandonarem”, nada disso, é um mandamento, uma ordem, afinal, guardar raiva e
mágoa de pai e de mãe também é um ato de desonra. Eu entendi a repreensão.
Era
madrugada, a cidade toda parecia dormir, pois somente o som suave do vento
ouvia-se naquelas horas, e eu ali na janela do apartamento em que morava
olhando para o céu. Eu gostava de orar àquela hora olhando para o céu, o
sentimento que tinha era de estar mais perto de Deus e que ali olhando a
imensidão do céu eu pudesse contemplar o quão grande Ele é, como se todas
aquelas estrelas que reluziam tivesse sido ligadas para mim, como luminárias
acessas por Ele para iluminar aquele momento tão nosso. Foi então quando o Senhor voltou a falar sobre
“liberar perdão” a meu pai, é incrível quando o Senhor nos trata, no momento em
que Ele toca num assunto que consideramos delicado, somos capazes de sentir de
imediato a ferida sendo aberta e exposta em nosso coração. Mas lembro-me de ter
abaixado a cabeça. Deus às vezes nos pede coisas difíceis, esse foi o
pensamento que tive, hoje eu sei que nada é difícil quando amamos
verdadeiramente ao Senhor e queremos obedecê-lo independente das circunstâncias.
Mas recordo precisamente do que Ele falou ao meu coração naquela madrugada: “Ele
foi o homem que usei para que você viesse ao mundo”. Ele me disse apenas isso,
e foi o suficiente para que as lágrimas descessem dos meus olhos.
Este
homem embora não tenha permanecido ao meu lado e nem acompanhado o meu
crescimento deu-me vida. Cedeu parte de si para que eu pudesse ser formada, foi
usado por Deus para minha reprodução. Isso já é o suficiente para ser grata a
esse homem que embora ainda não o conheça devo amá-lo independente de sua atuação.
Quando buscamos as respostas no Senhor, Ele nos revela com os olhos dEle, sob a
ótica de um Pai que se preocupa com o nosso interior, em cuidar de nossas
emoções, de limpar e curar as nossas feridas para que possamos desfrutar do Seu
amor profundo e incondicional. Hoje eu oro por meu pai e creio um dia conhece-lo,
tenho isso em meu coração como um direito meu, conhecer minhas origens, saber
acerca dos meus antepassados. Não que isso vá me fazer sentir mais amada,
graças a Deus a ferida Ele curou, e quando se tem o colo do mesmo Pai de Jesus,
que agora é também o meu Pai para repousar, coisas que outrora me trouxeram dor
tornaram-se insignificantes. “Ele levou sobre si”, e “trouxe-me paz”.
Eu
não sei qual o motivo que te faz não comemorar essa data, talvez você compartilha
da mesma história que eu. Talvez o Senhor já tenha tocado o Seu coração para
liberar perdão ou até mesmo permitir-se ser amado (a) e cuidado (a) por Ele. Certa noite, tempo atrás, sonhei que brincava
com Jesus, eu estava com vestes brancas e Ele também, no sonho o Seu rosto não
aparecia, mas via a Suas mãos e a borda
de Sua túnica. No sonho rodopiávamos e meu rosto reluzia de tanta felicidade,
acredito que Ele me dizia alguma coisa muito engraçada, pois eu me calava para
ouví-Lo e depois dava altas gargalhadas. Acordei assustada, o sonho parecia
muito real, porém tinha uma paz tomando todo o meu coração. O tempo passou e eu
estava numa manhã lendo um livro e um versículo saltou-me aos olhos: “Restituir-vos-ei
os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor e pelo
cortador” (Joel 2:25), e então o Senhor trouxe à lembrança aquele sonho, e
junto dela sua revelação: “a alegria que te foi roubada eu restituirei, e, em
dobro”. Aleluia!
O
que o Senhor nos diz meus queridos, é que não importa quem te feriu, não
importa quem te virou as costas no momento em que você mais precisava, não
importa quem te abusou, quem te traiu, o que o SENHOR DEUS, o Teu Pai diz a
você é que “Ele restituirá tudo o que o inimigo te roubou, te tirou, te
consumiu”. Ele é o Deus que dá dupla honra no lugar da vergonha (Isaías 61:7),
Ele é o Deus que faz com que o solitário viva em família (Salmos 68:6), Ele é o
Deus que faz com ossos secos sejam vivificados (Ezequiel 37:5), o que para você
é impossível, saiba que pra Deus tudo é possível (Mateus 19:26). Então, amado e
amada neste dia dos pais renda-se graças e louvores a seu Pai, adore-O, diga o
quanto você O ama e o quanto Ele é especial em sua vida. Deixe esse amor
restaurador te curar, te encher, te exaltar! Depois você verá que Aquele que
jamais deverá te abandonar, de fato, jamais lhe abandonará, então, o que ainda
te incomoda e te aflige? Ele quer
ouvi-lo dizer: Aba Pai!
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