sexta-feira, 7 de agosto de 2015

E quem disse que não temos um Pai para celebrar ?



Fonte: Internet 

Essa semana a movimentação tem sido grande, afinal, neste domingo comemora-se o dia dos pais. As vitrines das lojas destacam-se com letreiros suas ofertas e promoções para persuadir os filhos a comprarem seus produtos para presentear os seus pais. É uma loucura tanta informação, assim como tantas outras datas comemorativas onde o comércio dispara na tentativa de aumentar suas vendas nesse período. Talvez você que esteja lendo esse texto deve estar pensando: “Mas, e aí, qual a novidade?”. Eu só iniciei esse texto falando de como o comercio está nessa véspera do dia dos pais, mas o assunto que desejo tratar é muito mais profundo. Nesses dias onde as redes sociais lotam com homenagens aos pais quero falar com uma parcela, que não reconhece essa data, mas, que sofre ou sente muito pelo motivo que a faz não reconhecê-la. 

O percentual de pais que não reconhecem ou abandonam seus filhos é muito maior que das mães, até porque o filho é gerado dentro do ventre de uma mulher, existe um laço intenso que é impossível de ser rompido a não ser que seja o desejo da mãe ou em casos isolados, quando as circunstâncias obrigam. Mas o homem é mais fácil de abandonar, de não assumir, muitos alegam a paternidade, nem se preocupam como será a formação da criança e tão pouco como ficará a sua estrutura emocional.  Quem hoje vos escreve é uma pessoal que tinha uma ferida paterna muito grande, eu cresci com o sentimento de rejeição, de abandono e de exclusão dentro de mim pelo fato de não ter sido procurada por meu pai. Mas, eis que, nesta caminhada da vida conheci a Jesus e Ele levou-me a Deus, eu não estou falando que Jesus me falou de Deus, eu já sabia sobre Deus, até falava “para” Ele em minhas orações antes de dormir. Mas “saber sobre” e “conhecer o” são verbos muito diferentes. Quando reconhecêssemos Jesus como o nosso Senhor e nosso Salvador nos tornamos filhos adotivos de Deus, e aí toda a ferida causada pela carência paterna em nosso coração, o nosso “Papai do Céu” vem com o seu bálsamo e cura-nos,  nos dá o Seu colo para que possamos nos refugiar nEle.

No livro de Salmos 27:10 está escrito “Mesmo que meu pai e minha mãe me abandonem, o Senhor me acolherá”. Isso mesmo, Ele jamais nos abandonará, estará conosco no vale (Salmo 23:4), nas tempestades (Mateus 8:26), e nada, nada, nada nos separará do amor dEle (Romanos 8: 38-39). O nosso Pai é o Deus da restituição, é o que Deus que dá dupla recompensa no lugar da vergonha, que dá a plenitude do Seu amor para que este possa fluir de dentro do nosso coração. Mas para o amor de Deus fluir é necessário estarmos com o coração vazio para Ele nos encher, é necessário esvaziar da amargura, do ressentimento, pois esses sentimentos endurecem o coração e o fecha para o agir de Deus. Eu me recordo quando o Senhor veio tratar isso em mim, Ele me falava sobre liberar perdão ao meu pai. Ele lembrou-me do Seu mandamento: “Honra o teu o pai e tua mãe para que se prolonguem os teus seus dias na terra que o Senhor Teu Deus te dá” (Êxodo 20:12). Não é uma passagem bíblica que apresenta uma opção de escolha: “honre seu pai e sua mãe se eles forem legais com você”, ou “honre-os se eles jamais te abandonarem”, nada disso, é um mandamento, uma ordem, afinal, guardar raiva e mágoa de pai e de mãe também é um ato de desonra. Eu entendi a repreensão.  

Era madrugada, a cidade toda parecia dormir, pois somente o som suave do vento ouvia-se naquelas horas, e eu ali na janela do apartamento em que morava olhando para o céu. Eu gostava de orar àquela hora olhando para o céu, o sentimento que tinha era de estar mais perto de Deus e que ali olhando a imensidão do céu eu pudesse contemplar o quão grande Ele é, como se todas aquelas estrelas que reluziam tivesse sido ligadas para mim, como luminárias acessas por Ele para iluminar aquele momento tão nosso.  Foi então quando o Senhor voltou a falar sobre “liberar perdão” a meu pai, é incrível quando o Senhor nos trata, no momento em que Ele toca num assunto que consideramos delicado, somos capazes de sentir de imediato a ferida sendo aberta e exposta em nosso coração. Mas lembro-me de ter abaixado a cabeça. Deus às vezes nos pede coisas difíceis, esse foi o pensamento que tive, hoje eu sei que nada é difícil quando amamos verdadeiramente ao Senhor e queremos obedecê-lo independente das circunstâncias. Mas recordo precisamente do que Ele falou ao meu coração naquela madrugada: “Ele foi o homem que usei para que você viesse ao mundo”. Ele me disse apenas isso, e foi o suficiente para que as lágrimas descessem dos meus olhos. 

Este homem embora não tenha permanecido ao meu lado e nem acompanhado o meu crescimento deu-me vida. Cedeu parte de si para que eu pudesse ser formada, foi usado por Deus para minha reprodução. Isso já é o suficiente para ser grata a esse homem que embora ainda não o conheça devo amá-lo independente de sua atuação. Quando buscamos as respostas no Senhor, Ele nos revela com os olhos dEle, sob a ótica de um Pai que se preocupa com o nosso interior, em cuidar de nossas emoções, de limpar e curar as nossas feridas para que possamos desfrutar do Seu amor profundo e incondicional. Hoje eu oro por meu pai e creio um dia conhece-lo, tenho isso em meu coração como um direito meu, conhecer minhas origens, saber acerca dos meus antepassados. Não que isso vá me fazer sentir mais amada, graças a Deus a ferida Ele curou, e quando se tem o colo do mesmo Pai de Jesus, que agora é também o meu Pai para repousar, coisas que outrora me trouxeram dor tornaram-se insignificantes. “Ele levou sobre si”, e “trouxe-me paz”. 

Eu não sei qual o motivo que te faz não comemorar essa data, talvez você compartilha da mesma história que eu. Talvez o Senhor já tenha tocado o Seu coração para liberar perdão ou até mesmo permitir-se ser amado (a) e cuidado (a) por Ele.  Certa noite, tempo atrás, sonhei que brincava com Jesus, eu estava com vestes brancas e Ele também, no sonho o Seu rosto não aparecia, mas via a Suas mãos e  a borda de Sua túnica. No sonho rodopiávamos e meu rosto reluzia de tanta felicidade, acredito que Ele me dizia alguma coisa muito engraçada, pois eu me calava para ouví-Lo e depois dava altas gargalhadas. Acordei assustada, o sonho parecia muito real, porém tinha uma paz tomando todo o meu coração. O tempo passou e eu estava numa manhã lendo um livro e um versículo saltou-me aos olhos: “Restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo gafanhoto migrador, pelo destruidor e pelo cortador” (Joel 2:25), e então o Senhor trouxe à lembrança aquele sonho, e junto dela sua revelação: “a alegria que te foi roubada eu restituirei, e, em dobro”. Aleluia! 

O que o Senhor nos diz meus queridos, é que não importa quem te feriu, não importa quem te virou as costas no momento em que você mais precisava, não importa quem te abusou, quem te traiu, o que o SENHOR DEUS, o Teu Pai diz a você é que “Ele restituirá tudo o que o inimigo te roubou, te tirou, te consumiu”. Ele é o Deus que dá dupla honra no lugar da vergonha (Isaías 61:7), Ele é o Deus que faz com que o solitário viva em família (Salmos 68:6), Ele é o Deus que faz com ossos secos sejam vivificados (Ezequiel 37:5), o que para você é impossível, saiba que pra Deus tudo é possível (Mateus 19:26). Então, amado e amada neste dia dos pais renda-se graças e louvores a seu Pai, adore-O, diga o quanto você O ama e o quanto Ele é especial em sua vida. Deixe esse amor restaurador te curar, te encher, te exaltar! Depois você verá que Aquele que jamais deverá te abandonar, de fato, jamais lhe abandonará, então, o que ainda te incomoda e te aflige?  Ele quer ouvi-lo dizer: Aba Pai!  

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