sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A quem você tem dado ouvidos?



Foto: Internet 


Hamã fora engrandecido pelo rei Assuero, tornou-se o seu homem de confiança, ele estava acima de todos os príncipes de todas as províncias. O rei ordenou que todos os seus servos se inclinassem e se prostrassem perante Hamã, e assim, todos faziam. Mas Mardoqueu, primo e pai de criação de Ester, a escolhida pelo rei para ocupar o lugar da rainha Vasti, era judeu e não se curvava e nem prostrava perante Hamã.
No dia em que foi convidado por Ester para que comparecesse a um banquete juntamente com o rei, Hamã ficou envaidecido com o que ele acreditava ser uma honra, pois não sabia que este jantar era para desmascará-lo, então foi apressadamente à sua casa compartilhar sua satisfação com a sua esposa e os seus amigos. No caminho, ele encontrou-se com Mardoqueu que não se curvou perante ele, deixando lhe enfurecido. Ao chegar em casa, Hamã reuniu sua esposa Zeres, e seus amigos e contou-lhes a riqueza de sua glória e como o rei o tinha engrandecido e o exaltado sobre os príncipes e seus servos. Contou-lhes também do convite feito pela rainha para que comparecesse a um banquete restrito a ele e o rei Assuero. Mas a Hamã, aquilo não era o suficiente, o comportamento de Mardoqueu o deixava irado. Porém tudo isto não me satisfaz, enquanto eu vir o judeu Mardoqueu assentado à porta do rei” (Ester 5:13). Zeres, sua esposa, o aconselhou a fazer uma forca e dizer ao rei que enforcasse Mardoqueu nela. Hamã se agradou do conselho e mandou fazer a forca. Nos capítulos seguintes vemos que Mardoqueu recebeu honra do rei por ter livrado a sua vida denunciando uma conspiração de dois de seus servos que planejavam destruí-lo. Isso ocorreu antes mesmo de Hamã pedir ao rei que o enforcasse. Nesse mesmo dia o próprio Hamã fora desmascarado diante do rei pela rainha Ester e fora enforcado na forca que ele mesmo mandou fazer para o seu inimigo.  

O estudo do post de hoje nos revela as consequências que uma alma ferida leva um homem. Hamã era o “cara” (caracterizando o numa linguagem informal) no reino do rei Assuero. O rei o havia exaltado, acima dele em todas as províncias estava somente o rei, mas, “alguém”, “uma pessoa” não reconheceu o seu poder, a sua autoridade. Analisando o status social de Mardoqueu, ele era um judeu que vivia às portas do rei, que não tinha um lugar de destaque na hierarquia da nobreza, até então não era de conhecimento público que ele e a rainha Ester eram parentes, pois o próprio pediu a Ester que não revelasse a sua identidade judia. A posição que Hamã havia sido colocado, todo o status e as riquezas não eram suficientes para deixa-lo seguro acerca de quem ele era. Enquanto todos se prostravam diante dele, ele sentia-se poderoso e uma autoridade, mas bastou um judeu não reconhecer esse seu poder, não curvando se perante ele, para ele se enfurecer.  

Pode ser que você esteja meditando “mas, Hamã era um homem mau, o que tem essa história a me edificar?”. Essa situação é comum nos dias de hoje e também no meio dos cristãos, a propósito, é com quem quero falar. Toda autoridade nos foi dada através do nome de Jesus. Ele fez nos filhos de Deus, herdeiro da Sua glória. O Senhor já mostrou o nosso lugar em Seu reino e o quão valiosos somos. Porém muitas vezes na Sua presença a pessoa sente o Seu amor e o Seu cuidado, saí “cheia” transbordante de Sua graça, mas de repente, alguém a insulta, faz com que se sinta pequena e inferior, isso a faz ficar com ira, mágoa e decepção.  Mas se o Rei dos Reis a reconheceu, qual necessidade de reconhecimento de homens? Por acaso a opinião deles é mais importante do que o que Senhor pensa a seu respeito? Por acaso algum beneficio ou reconhecimento que os homens podem lhe dar é maior ou melhor que o que Deus tem para vida dela? Porventura os homens lhe darão a segurança da salvação? Essa necessidade de reconhecimento é causada por feridas na alma, atitude de quem não está firmado no amor do Pai, de quem precisa ter sua identidade revelada em Cristo. 

Hamã foi aconselhar-se com sua esposa Zeres, e ela o instruiu a construir uma forca, ou seja, sua conselheira (e companheira) o conduziu ao abismo, à sua própria morte. Tem pessoas que podem ser legais, podem até conviver conosco, mas isso não significa que elas tenham os melhores conselhos a nos dar. Se Hamã tivesse buscado um conselheiro sábio, este o levaria a olhar para dentro de si mesmo e descobrir o porquê aquela atitude do judeu Mardoqueu o incomodava tanto, o porquê dessa necessidade de reconhecimento de todas as pessoas, e, porquê o reconhecimento do seu rei não lhe bastava.

Talvez você tenha feridas em sua alma, e não consegue se alegrar com tudo que o Senhor tem lhe entregue, e tem se aborrecido com o modo como as pessoas tem lhe tratado. Não guarde mágoa, nem rancor, não se ire. Busque ajuda. Antes de subir aos céus, Jesus falou do consolador que o Pai mandaria para cuidar de nós (João 14:26), e Ele mandou, é o Espírito Santo de Deus, Ele é a sabedoria, nosso conselheiro. Ele pode nos direcionar, nos ensinar, nos curar. Em todo caso, se você sentir em seu coração de buscar uma pessoa, pois vem encontrando dificuldades de entrar em comunhão com o Senhor, busque alguém sábio, pessoas que lhe tragam palavras que o leve ao rompimento de suas limitações, e não ao abismo, estimulando a vingança e condenação de terceiros. A palavra de Deus é muito clara acerca de quem é o nosso inimigo (Efésios 6:12). O que tem provocado sua ira, o que as pessoas que estão à sua volta tem feito que tenha despertado mágoa e irritação em você? Analise os motivos verdadeiros que vêm causando esses sentimentos em você, o que está por trás de toda essa frustração, pode ser que existam feridas que nunca foram tratadas, nem sequer notadas. Então, amadas, não permita mais que sua alma viva aprisionada a dores e feridas, busque no Senhor a cura. Ele quer vê-la restaurada e desfrutando das coisas do Seu Reino.

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

O inimigo, o opressor, é o mau Hamã




Foto: Internet


Hamã comemorava o convite de Ester para que se juntasse ao rei Assuero num banquete que ela havia preparado. Ele que havia sido exaltado pelo rei, que o colocou acima de todos os príncipes da Pérsia, envaideceu por ter sido o único convidado da rainha para este banquete. Dando uma recapitulada na história, Hamã, foi aquele que induziu o rei a assinar um decreto para aniquilar o povo judeu que ali vivia, motivado pela raiva que sentia por Mardoqueu, o primo de Ester que a criou após a morte de seu pai. 

Mardoqueu era judeu e não se curvava perante Hamã, isso causou-lhe muita fúria e  o levou a instigar o rei a decretar a morte dos judeus, alegando ser um povo de leis diferentes, que não cumpriam as leis do reino da Pérsia. Quando soube do decreto, Mardoqueu cobrou de Ester  uma intervenção. A rainha que no primeiro momento temeu, pois, por submissão, não podia ir até o rei sem que fosse chamada por ele, disse a Mardoqueu que jejuasse junto a todo o povo judeu por ela, para que ela fosse até o rei e apresentasse sua petição. Ester e suas servas jejuaram também. Passados os três dias, a rainha foi até o rei, que se agradou dela e concedeu sua entrada. O rei perguntou-lhe qual era a sua petição, e Ester antes de apresenta-la  convidou-lhe juntamente a Hamã para um banquete que ela havia preparado a ambos. Eis aí o motivo da alegria do ambicioso Hamã, porém, ele não sabia o que lhe aguardava.  

Quando estavam à mesa, o rei perguntou novamente a Ester qual era sua petição. Então respondeu a rainha Ester, e disse: Se, ó rei, achei graça aos teus olhos, e se bem parecer ao rei, dê-se-me a minha vida como minha petição, e o meu povo como meu desejo. Porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem, e aniquilarem de vez; se ainda por servos e por servas nos vendessem, calar-me-ia; ainda que o opressor não poderia ter compensado a perda do rei” (Ester 7:3-4). O rei perguntou-lhe quem havia induzido a fazer assim. Ester respondeu: O homem, o opressor, e o inimigo, é este mau Hamã” (Ester 7:6). 

Mas o decreto não havia sido autorizado pelo rei? Ester poderia ter questionado o seu esposo por sua atitude. Mas ela foi sábia e buscou discernir o tempo e o modo certo para agir. Ela discerniu o seu inimigo e a forma de desmascará-lo, arrancando o mal pela raiz. O edito foi assinado pelo rei, se Ester não fosse sábia ela poderia ter queixado a atitude dele, poderia teria dado uns “pitis”, tão conhecidos entre nós mulheres, ou usado de sua sensualidade para mudar aquela situação, afinal, o rei agradava-se dela. Mas, ela entendeu que embora o decreto tivesse sido assinado pelo rei, não era ele o seu inimigo, ela não precisava desgastar o seu relacionamento com o seu esposo por uma atitude motivada por um terceiro. Ester também não chegou denegrindo a imagem do opressor, desacatando – o diante do rei. Ela preparou a cena, trouxe o inimigo à mesa, numa refeição, num momento de intimidade dela com o rei, e ali o apresentou como “o inimigo, o opressor, o mau” aquele que não somente queria destruir um povo inocente como destruí-la também, pois nesse momento, para a surpresa do próprio Hamã, Ester revelou a sua identidade judia. Hamã foi enforcado a mando do rei Assuero. 

Que opressão e ataque você vem sofrendo em seu relacionamento conjugal, em sua vida pessoal, em sua vida profissional e até mesmo ministerial?  A história de Ester está registrada no Velho Testamento, depois que Jesus veio a terra, Ele revelou acerca do reino espiritual e Sua Palavra nos revela que “a nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Efésios 6:12). A nossa luta não é contra pessoas, mas sim, contra o inimigo que usa pessoas para nos afrontar e nos destruir. Devemos buscar no Senhor a sabedoria e o discernimento para não atacar pessoas que amamos e que nos amam, afastando as ainda mais de nós.

Devemos reconhecer os nossos inimigos e usar das estratégias do Alto para vencê-lo, servimos a um Deus que é o Senhor dos Exércitos, Ele sabe como derrotar o inimigo que nos aflige, busque-O e Ele irá lhe ensinar. Se você está passando por lutas e guerras, reserve um tempo com Deus, ore e jejue, peça a Ele direção e revelação acerca do seu inimigo, talvez você precisa de alguém para orar e jejuar com você, procure alguém de sua confiança. Assim como Ester, você receberá graça e favor do Senhor sobre a sua vida e será liberta de toda condenação e escravidão maligna. “Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaias 53:5). Jesus levou sobre si, a opressão, a maldição, Ele nos chamou à liberdade e não ao cativeiro, tome posse dessa autoridade que foi lhe dada através do nome de Jesus, e aniquile o inimigo, o opressor, o mau que quer destruir a sua casa, a sua família, a sua vida.  

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Se parecer bem ao Rei







Sem dúvida o livro de Ester nos remete acerca da cultura do Reino, embora a história tenha se passado num reino físico, entre um rei e uma rainha humanos, a história nos traz conceitos acerca do reino do espírito, do reino dos céus, afinal toda autoridade na terra é instituída por Deus. No post da semana passada falamos sobre Santidade, como devemos nos apresentar diante de Deus. Ester por submissão temeu entrar na presença do rei, pois ninguém poderia apresentar-se diante dele sem ser chamado, mas buscou em Deus sabedoria para como proceder. A história de Ester passa na época da Lei, no Velho Testamento, onde a Presença do Senhor ficava numa arca e o seu acesso era coberto por um véu onde apenas o sacerdote podia acessar. Com a morte de Jesus na cruz, o véu foi rasgado e todos nós temos acesso à Sua Presença. Mas a facilidade no acesso não redimiu o temor e santidade ao apresentar-se diante dEle, por isso devemos vigiar e buscarmos retidão diante de Deus ao entrar em Tua Presença.

Mas hoje o assunto é outro, vamos falar sobre o maior desafio de um cristão, submeter-se a vontade de Deus. Leiam com atenção essa passagem: Então o rei lhe disse: Que é que queres, rainha Ester, ou qual é a tua petição? Até metade do reino se te dará. E disse Ester: Se parecer bem ao rei, venha hoje com Hamã ao banquete que lhe tenho preparado”. (Ester 5:3-4) (grifo meu). Reparem que o rei já tinha assegurado à Ester que atenderia a petição dela, porém, antes de apresentá-la a rainha disse: “Se parecer bem ao rei”, essa expressão é o mesmo que dizermos ao Senhor “Se for da Sua vontade”, “Se Te agradar”. Essa expressão cabe uma meditação nos tempos em que muitos vem vivendo uma vida cristã mercenária, onde o acesso a Deus à muitos tem se restringido a petições egocêntricas, onde muitos instruem a “reivindicar” uma benção sem antes saber se a petição é agradável ou não aos olhos do abençoador.

Ester nos ensina a antes de pedir antes de solicitar algo ao Senhor afirmarmos: “Senhor, se for da Tua vontade (...)”. A Palavra de Deus diz que “Sua vontade é boa, agradável e perfeita” (Romanos 12:2). Mas como cita no inicio do versículo de Romanos “é necessário uma renovação no nosso entendimento para que possamos experimentar essa Sua vontade”, Paulo alerta nos a não nos conformar com este mundo. A cultura do mundo é do hedonismo, que é uma doutrina que concorda na determinação do prazer como o bem supremo, independente das circunstâncias, a satisfação pessoal é o que importa, do instaneanismo. Mas a cultura do Reino é o oposto, a vontade do Rei é a que deve prevalecer. Porque o Rei consegue enxergar o que não enxergamos, e quando se trata de um Rei que também é Pai, não há de se duvidar que os planos dEle são os melhores para seus filhos. 

Eu não sei como tem sido o seu relacionamento com Deus, talvez você esteja querendo alcançar as bênçãos do Reino vivendo no conceito mundano, talvez tenha guardado em seu coração a promessa proferida por Deus: “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais”.(Jeremias 29:11). Mas precisa antes renovar a sua mente, entender acerca da cultura do Reino para enfim alinhar o seu tempo ao tempo de Deus e a sua vontade à vontade dEle.

Voltemos ao Senhor com humildade, o próprio Jesus em meio ao medo, disse: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22:42). A vontade de Deus deve prevalecer em nossas vidas, devemos recorrer ao trono e apresentar diante dEle o que está em nosso coração, mas dos nossos lábios deve sair a palavra firme de que ainda assim, a vontade dEle deve ser o nosso prazer, o nosso desejo e torna-se nossa também. A teimosia é um fator que nos impede de alinharmos a nossa vontade com a de Deus, e isso é um terreno perigoso, pois a teimosia procede da rebeldia. Peça ao Espirito Santo que trabalhe no seu coração tirando toda a teimosia e ansiedade para que você aprenda a esperar e confiar em Deus. Que tenhamos como referencial Jesus, o filho obediente que abdicou de Sua vontade para fazer a vontade do Pai.