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Hamã fora engrandecido pelo rei Assuero, tornou-se
o seu homem de confiança, ele estava acima de todos os príncipes de todas as
províncias. O rei ordenou que todos os seus servos se inclinassem e se prostrassem
perante Hamã, e assim, todos faziam. Mas Mardoqueu, primo e pai de criação de
Ester, a escolhida pelo rei para ocupar o lugar da rainha Vasti, era judeu e
não se curvava e nem prostrava perante Hamã.
No dia em
que foi convidado por Ester para que comparecesse a um banquete juntamente com
o rei, Hamã ficou envaidecido com o que ele acreditava ser uma honra, pois não
sabia que este jantar era para desmascará-lo, então foi apressadamente à sua
casa compartilhar sua satisfação com a sua esposa e os seus amigos. No caminho,
ele encontrou-se com Mardoqueu que não se curvou perante ele, deixando lhe enfurecido.
Ao chegar em casa, Hamã reuniu sua esposa Zeres, e seus amigos e contou-lhes a
riqueza de sua glória e como o rei o tinha engrandecido e o exaltado sobre os
príncipes e seus servos. Contou-lhes também do convite feito pela rainha para
que comparecesse a um banquete restrito a ele e o rei Assuero. Mas a Hamã,
aquilo não era o suficiente, o comportamento de Mardoqueu o deixava irado. “Porém tudo isto
não me satisfaz, enquanto eu vir o judeu Mardoqueu assentado à porta do rei” (Ester 5:13). Zeres, sua
esposa, o aconselhou a fazer uma forca e dizer ao rei que enforcasse Mardoqueu
nela. Hamã se agradou do conselho e mandou fazer a forca. Nos capítulos
seguintes vemos que Mardoqueu recebeu honra do rei por ter livrado a sua vida
denunciando uma conspiração de dois de seus servos que planejavam destruí-lo.
Isso ocorreu antes mesmo de Hamã pedir ao rei que o enforcasse. Nesse mesmo dia
o próprio Hamã fora desmascarado diante do rei pela rainha Ester e fora
enforcado na forca que ele mesmo mandou fazer para o seu inimigo.
O estudo do post de hoje nos revela as
consequências que uma alma ferida leva um homem. Hamã era o “cara” (caracterizando
o numa linguagem informal) no reino do rei Assuero. O rei o havia exaltado,
acima dele em todas as províncias estava somente o rei, mas, “alguém”, “uma
pessoa” não reconheceu o seu poder, a sua autoridade. Analisando o status
social de Mardoqueu, ele era um judeu que vivia às portas do rei, que não tinha
um lugar de destaque na hierarquia da nobreza, até então não era de
conhecimento público que ele e a rainha Ester eram parentes, pois o próprio
pediu a Ester que não revelasse a sua identidade judia. A posição que Hamã
havia sido colocado, todo o status e as riquezas não eram suficientes para
deixa-lo seguro acerca de quem ele era. Enquanto todos se prostravam diante
dele, ele sentia-se poderoso e uma autoridade, mas bastou um judeu não
reconhecer esse seu poder, não curvando se perante ele, para ele se enfurecer.
Pode ser que você esteja meditando “mas, Hamã
era um homem mau, o que tem essa história a me edificar?”. Essa situação é
comum nos dias de hoje e também no meio dos cristãos, a propósito, é com quem
quero falar. Toda autoridade nos foi dada através do nome de Jesus. Ele fez nos
filhos de Deus, herdeiro da Sua glória. O Senhor já mostrou o nosso lugar em
Seu reino e o quão valiosos somos. Porém muitas vezes na Sua presença a pessoa
sente o Seu amor e o Seu cuidado, saí “cheia” transbordante de Sua graça, mas
de repente, alguém a insulta, faz com que se sinta pequena e inferior, isso a
faz ficar com ira, mágoa e decepção. Mas
se o Rei dos Reis a reconheceu, qual necessidade de reconhecimento de homens? Por
acaso a opinião deles é mais importante do que o que Senhor pensa a seu
respeito? Por acaso algum beneficio ou reconhecimento que os homens podem lhe dar
é maior ou melhor que o que Deus tem para vida dela? Porventura os homens lhe
darão a segurança da salvação? Essa necessidade de reconhecimento é causada por
feridas na alma, atitude de quem não está firmado no amor do Pai, de quem
precisa ter sua identidade revelada em Cristo.
Hamã foi aconselhar-se com sua esposa Zeres,
e ela o instruiu a construir uma forca, ou seja, sua conselheira (e
companheira) o conduziu ao abismo, à sua própria morte. Tem pessoas que podem
ser legais, podem até conviver conosco, mas isso não significa que elas tenham
os melhores conselhos a nos dar. Se Hamã tivesse buscado um conselheiro sábio,
este o levaria a olhar para dentro de si mesmo e descobrir o porquê aquela
atitude do judeu Mardoqueu o incomodava tanto, o porquê dessa necessidade de
reconhecimento de todas as pessoas, e, porquê o reconhecimento do seu rei não
lhe bastava.
Talvez você tenha feridas em sua alma, e não
consegue se alegrar com tudo que o Senhor tem lhe entregue, e tem se aborrecido
com o modo como as pessoas tem lhe tratado. Não guarde mágoa, nem rancor, não
se ire. Busque ajuda. Antes de subir aos céus, Jesus falou do consolador que o
Pai mandaria para cuidar de nós (João 14:26), e Ele mandou, é o Espírito Santo
de Deus, Ele é a sabedoria, nosso conselheiro. Ele pode nos direcionar, nos ensinar,
nos curar. Em todo caso, se você sentir em seu coração de buscar uma pessoa,
pois vem encontrando dificuldades de entrar em comunhão com o Senhor, busque
alguém sábio, pessoas que lhe tragam palavras que o leve ao rompimento de suas
limitações, e não ao abismo, estimulando a vingança e condenação de terceiros. A
palavra de Deus é muito clara acerca de quem é o nosso inimigo (Efésios 6:12). O
que tem provocado sua ira, o que as pessoas que estão à sua volta tem feito que
tenha despertado mágoa e irritação em você? Analise os motivos verdadeiros que vêm
causando esses sentimentos em você, o que está por trás de toda essa
frustração, pode ser que existam feridas que nunca foram tratadas, nem sequer
notadas. Então, amadas, não permita mais que sua alma viva aprisionada a dores
e feridas, busque no Senhor a cura. Ele quer vê-la restaurada e desfrutando das
coisas do Seu Reino.