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O Pequeno chegou em casa chateado.
Era mês de junho e a turma se mobilizava para a Feira de Ciências que a escola
estava promovendo. O tema escolhido foi “O Corpo Humano” e cada equipe deveria
falar de um sistema específico. Acontece que segundo o Pequeno, a professora
escolheu alguns líderes de turma e estes deveriam formar suas equipes. E ele não foi
escolhido por nenhum destes. Chateado, ele me disse que não queria participar
da Feira por este motivo. Conversamos e falei pra ele da importância de sua
participação naquele evento da escola e que ele iria participar sim, e, que
conversaríamos com a professora acerca do assunto.
- Mãe, por favor, eu não quero
participar! Vou ficar com muita vergonha de aparecer sem ninguém ter me
escolhido! – insistiu.
- Você vai, filho, e, vai dar o
seu melhor! Os seus coleguinhas vão ver o quanto você é dedicado e na próxima
vão querer você com eles. – persistiu uma mãe, sendo mãe.
Ele continuou falando do seu desejo de não participar.
Conversei com a coordenadora que
me disse que a professora havia feito a divisão das equipes. Aqueles que ficaram
“sem turma” foram acrescidos por ela às turmas já formadas. O Pequeno estava incluso nessa.
Foram usadas todas as técnicas
para convencê-lo. E ele insistentemente dizia não querer participar mesmo
sabendo que poderia ser prejudicado na nota. Enfim, na noite anterior ao evento
(que aconteceria no sábado pela manhã) ele mudou de ideia. Fomos juntos à Feira
e ele ficou maravilhado com toda a estrutura do evento, afinal, era a primeira
vez que participava de algo do gênero. Este é o primeiro ano dele nesta
escola.
Chegamos ao stand de sua turma e
o vi sendo muito bem recepcionado pelo coleguinha que já estava em seu posto. A
professora o instruiu e à medida que os visitantes chegavam ele apresentava a
sua parte do conteúdo, de modo meio tímido, porque ele não gosta de nada que o
coloque em evidência/exposição, mas, modéstia a parte, ainda que timidamente
expressou um carisma e um jeitinho que conquistou os que se aproximaram dele (Genética
da Mãe, Certeza!). Ele concluiu o trabalho maravilhado com a experiência. E como
mães, devemos aproveitar toda circunstância para levar um ensino aos nossos
filhos. Falei do quanto ele teria perdido se não tivesse participado e que ele
não deveria mais deixar que a preferência do outro o fizesse sentir inferior e
incapaz de fazer algo que ele tem capacidade para fazer.
“Sabei que o Senhor é Deus; foi ele, e não nós,
que nos fez povo seu e ovelhas do
seu pasto”.
(Salmos 100:3)
Lembrei-me dessa história quando
meditava neste versículo. Todo ser humano já experimentou a rejeição em algum
momento da vida. É normal, tanto que como mães, somos instruídas a preparar os
nossos filhos para as frustrações para que estes possam crescer nas
adversidades. São essas experiências que forjam nosso caráter e emoções e nos
dão maturidade emocional, espiritual e física também. Quem não passou por uma situação de não ser
escolhido para fazer parte do time de futebol da escola na infância ou da
brincadeira entre a vizinhança? Quem viu o “homem/mulher” dos seus sonhos
escolhendo outra (o) e sentiu-se inferior? Passamos a vida assim, nos medindo a
partir da preferência do outro, sendo que, a preferência do outro é um conjunto
da perspectiva do que este considera ser bom e desejável segundo suas prioridades. Imagine se o sorvete de chocolate se sentisse
um inútil a ponto de pedir para ser tirado do freezer expositor da sorveteria
porque a primeira pessoa que esteve ali escolheu o sorvete de morango (Eu me desesperaria!)?
Ah Ana, que comparação boba! Isso é só para ver o quanto é bobo nos medirmos a
partir da rejeição do outro!
A rejeição dói, isso é fato!
Tive que lidar com ela por muito tempo devido a ausência paterna e bloqueios de traumas a qual fui submetida na infância. Sempre que me deparo com situações onde ela insiste em se intrometer em
minha vida eu oro ao Senhor pedindo-Lhe que me ensine a ver aquela
situação de outro modo, a ver segundo a ótica dEle e não da minha (Isso faz uma
diferença absurda!). Mas uma das mais lindas experiências de que me recordo com
Deus envolve esse versículo em questão: “Sabei que o Senhor é Deus; FOI ELE (Deus), E NÃO NÓS (Substitua o NÓS
pelo nome de alguém que tem te rejeitado/rejeitou e que você ainda não
conseguiu perdoar), QUE NOS FEZ POVO SEU e ovelhas do seu pasto”. (Salmos 100:3).
Após lidar décadas com a rejeição paterna (ainda publicarei no tempo oportuno acerca do desfecho disso) recebi essa Palavra como um bálsamo que trouxe cura às minhas emoções.
Quando os meus olhos se abriram e me dei conta que “O SENHOR DEUS”, sim, esse
que é “ O TODO PODEROSO” havia escolhido a mim e por meio de Seu Filho Jesus,
tornou-me Sua filha. Me vi de “rejeitada” à “desejada como filha, e, escolhida para fazer parte da Família dEle” Ah, senti o meu padrão sendo elevado em nível HARD! E é nesses momentos que nos
damos conta do quanto nos desvalorizamos e fazemos um juízo tão baixo de nós mesmos
quando na verdade o Senhor, o Nosso Criador nos fez de modo tão especial e fez
questão de levar-nos a mais próximo dEle por intermédio de Nosso Salvador Jesus!
Uma noite, pouco tempo após a
minha conversão, chorava enquanto orava ao Senhor deitada em minha cama e o meu
filho dormia ao meu lado. Eu havia acabado de passar por um processo de
separação conjugal e estava muito abalada emocionalmente. Recordo – me dele
(dormindo) ter virado e ter dito: - Mãe, a senhora é linda. Porque tudo o que
Deus faz é bom! (Eu sei que aquelas
palavras do Pequeno foram por inspiração divina. O Senhor colhia as minhas
lágrimas e quando ouvi aquilo meu coração foi tomado pela alegria do Senhor.
Ele estava ali e manifestou o Seu Amor recordando – me de Sua Palavra)
Quando diminuímos a nós mesmos,
não somos a nós quem diminuímos, mas, Aquele que nos criou. Quando você olha
para algo criado, uma obra de arte ou um alimento preparado ou o que quer que
seja. Você pode julgá-lo bonito ou feito, de gosto agradável ou não, certo? Mas
o responsável pelo resultado daquela criação é de quem a criou. E Deus não erra
naquilo que faz! Assim como não errou quando fez você! Deus é Bom! E te
escolheu para fazer parte do Seu rebanho. Essa é a Verdade que te incluí e não
o reconhecimento ou a aceitação das pessoas!
“Não
fostes vós que me escolhestes; ao contrário, Eu vos escolhi a vós e vos
designei para irdes e dardes fruto, e fruto que permaneça. Sendo assim, seja o
que for que pedirdes ao Pai em meu Nome, Ele o concederá a vós” (João
15:16)
Fez sentido este versículo para você? Para mim fez e sempre faz muito! Shalom! Boa tarde!