“O
Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede
de ti, meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água” (Salmo 63:1)
Deserto,
quem nunca passou por um? Todo cristão tem uma experiência no deserto. Deserto
não é lugar de sofrimento, mas de crescimento. Deus nos leva ao deserto para
que tenhamos sede e fome dEle. Durante essa trajetória não compreendemos toda a
aridez que enfrentamos somente quando chegamos na Terra Prometida compreendemos
o quão valioso foi o período que estivemos na terra seca. O deserto pode durar
dias, meses, um ano, ou vários anos, isso depende de qual lugar o Senhor quer
nos levar e se nós estamos dispostos a colaborar.
A
bíblia cita várias passagens pelo deserto. Mas abordaremos neste post uma em
especial: o deserto por onde andou os israelitas. O livro de Êxodo relata
quando Moisés foi chamado por Deus enquanto apascentava as ovelhas de seu
rebanho: “E disse o Senhor: Tenho visto atentamente a aflição
do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus
exatores, porque conheci as suas dores. Portanto desci para livrá-lo da mão dos
egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra, a uma terra boa e larga, a uma terra
que mana leite e mel”. (Êxodo 3:7-8). Nessa passagem Deus fala
que ouviu o clamor do seu povo e viu a aflição que aquela gente passava naquela
vida de escravidão, e escolheu Moisés para liderar a saída deles do Egito, pois
Ele tinha um lugar muito melhor para eles habitarem, um lugar onde eles teriam
liberdade. Houve muita resistência de Faraó em libertar os israelitas mesmo com
todas maldições e pragas que a ele e a seu povo caiu, ele resistia não
permitindo que o povo deixasse de o servir. Quando finalmente os israelitas conseguiram
fugir, faraó mandou seu exército persegui-los, quando notaram a perseguição dos
inimigos entraram em desespero, pois encontraram se em um beco sem saída, atrás
deles um exército e à sua frente o Mar Vermelho. Mas Deus tinha um propósito na
vida daquele povo e não seria um mar que iria impedir. Então ordenou a Moisés
que estendesse o cajado em direção ao mar e este se abriu depois que os
israelitas passaram o Senhor ordenou a Moisés que estendesse novamente o cajado
em direção ao mar para que este se fechasse nessa hora o exército inimigo que
os seguia morreram afogados.
Deus derrotou os
inimigos dos israelitas diante deles, imaginem só a felicidade daquela gente.
Mas eles tinham uma terra a ser conquistada, eles tinham que seguir em direção
ao lugar onde finalmente poderiam chamar de “seu”, mas se depararam com um
deserto no percurso. A bíblia conta que Deus ia adiante deles de dia numa coluna
de nuvem para mostra-lhes o caminho e de noite numa coluna de fogo para os
iluminar (Êxodo 13:21). Depois de andar bastante sentiram sede, mas não
encontraram água, somente três dias depois de longa caminhada encontraram água,
porém esta era inapropriada ao consumo, pois eram amargas, o povo começou a
reclamar a Moisés, e então Deus ordenou a ele que jogasse um pedaço de madeira
na água e ela então ficou boa de beber. No deserto também não tinha comida e os
israelitas sentiram fome e foram reclamar com Moisés, na verdade embora
falassem com Moisés a murmuração deles era contra o próprio Deus. Então eles
sentiram saudade da carne que comia no Egito. Mais uma vez Deus deu sua
provisão e alimentou o seu povo com maná que caía todos os dias do céu. Com água
e alimento a murmuração ainda não tivera fim, o povo murmurou durante todo o percurso
no deserto e andaram em círculos, muitos nem chegaram à terra prometida.
Impossível não ler
o livro de Êxodo e não demonstrar certa irritação contra o povo de Deus. Céus! Tudo
o Senhor fez para que aquele povo saísse do Egito, até a resistência no coração
de Faraó foi o próprio Deus quem colocou para não deixar dúvidas que Ele é o
Deus Todo Poderoso e que a vontade dEle sempre prevalece. Ele fez de um mar, um
caminho, das aguas amargas, doces e fez chover comida do céu. Deus não foi somente
o libertador daquele povo como serviu de mordomo a eles durante todo o percurso.
Eles haviam sido libertos do Egito, mas isso representou muito pouco a eles,
pois sentiam constante falta da terra onde viviam como escravos sentiram
saudades da carne do Egito. Eles haviam saído da escravidão, mas ainda permaneciam
com a mente escrava.
Ao longo de nossa
vida atravessamos alguns desertos também. E o primeiro deserto vem assim que
somos libertos e resgatados por Jesus. O Senhor nos tira do lugar da escravidão
e nos leva para terrenos áridos para nos conduzir a terra prometida, o lugar
onde Ele preparou para nós. Mas deserto não é um lugar muito agradável, passamos
por experiências amargas, não temos o alimento que éramos acostumados a comer na
terra da escravidão e contamos apenas com o alimento que Deus quer nos dá.
Deserto é lugar de tratar o caráter, lugar de provações, de trazer a luz o que
há em nosso coração. O Senhor nos leva ao deserto não é para sofrermos, mas
para nos moldar segundo a Tua vontade e capacitarmos para a vida que Ele quer
que nós tenhamos na Terra prometida.
Mas no inicio do
percurso no deserto às vezes a liberdade ainda não nos tomou por completo,
chegou apenas no espírito, mas não à nossa mente. Ainda nos pegamos comparando
algumas situações que passávamos e parecia ser mais fácil. Mesmo experimentando
da provisão divina e o cuidado de Deus conosco retrocedemos com murmuração.
Qualquer dificuldade por menor que seja é um motivo para questionar a Deus,
ainda bem que Ele não reponde ao nosso mal, com mal. A murmuração bloqueia a
nossa comunicação com Deus, ela tapa os nossos ouvidos, vivemos em meio a tanta
reclamação que não conseguimos perceber o que o Senhor tem nos falado para
fazer, e isso faz com que andemos em círculo, como andaram os israelitas no
deserto porque não ouviram a Deus, e no deserto a única exigência que Deus faz é
que O ouçamos e obedecemos a Sua voz. Mas às vezes nós pensamos que o sacrifício
de Jesus na cruz não foi suficiente para mostrar o amor de Deus por nós, que
livrar a nossa alma do inferno não foi suficiente e aí julgamos o amor de Deus
por nós porque ele não fez o que queríamos ou do jeito que achávamos que era
bom, aquele jeitinho que a mente escrava estava condicionada a fazer. E
justamente por nos amar que Deus não vai fazer mesmo, pois o propósito dEle não
era de tirarmos da escravidão do Egito e levarmos à escravidão no deserto. O
proposito dEle é libertarmos da escravidão e levarmos a dependência Dele. O
mundo secular tem um conceito de liberdade que é na verdade uma falsa-liberdade. Liberdade verdadeira
somente Cristo quem nos dá. A liberdade verdadeira é não ser escravo do mundo mas
ser dependente de Deus, pois Ele é o único que quer o melhor para nós.
Eu não sei qual o
nome do deserto que você está, muitos dizem o “meu deserto não tem fim”
repreenda este pronome “meu” em nome de Jesus. Deserto não é lugar de moradia,
é lugar de passagem, mas se você se vê dando voltas e não saindo do lugar,
cometendo os mesmos erros, os mesmos pecados, enfrentando as mesmas provações e
lutando contra as mesmas tentações você precisa tirar faraó do domínio da sua
vida e confiar ela a Deus. Ás vezes o deserto pode parecer solidão, ninguém em
nossa volta, ninguém para orar por nós, saímos à busca de alguém para nos ouvir
ou aconselharmos mas não encontramos é como se de repente tornássemos invisíveis
aos olhos das pessoas, isso não é solidão, isso é deserto. Solidão somos nós mesmos
quem buscamos, o deserto é Deus quem nos dá, e é para que aprendamos que
somente a graça dEle basta em nossa vida. Deus não te levou a um deserto para
te deixar sozinho da mesma forma que Ele acompanhou os israelitas dia e noite
Ele acompanha você também, e se Ele trouxe você a esse deserto é porque tem
terra frutífera logo adiante, ouça-O, obedeça ao Senhor. Se você acha que este
deserto está extenso demais repare na forma como você vem se retratando a Deus,
você pergunta a Ele o que Ele quer que você faça, que direção Ele quer que você
tome, ou você está reclamando do novo desafio que Ele te deu, do que você
deixou para trás? Se você gosta tanto de olhar para trás, pode olhar sim, mas
olhe com um olhar diferente, não enxergue as dificuldades que você passou, a
dor ou o sofrimento, repare apenas em tudo o que foi feito por Deus para lhe
tirar de onde você estava, da situação que te oprimia, do relacionamento que te
escravizava. Deus não é Deus de obras inacabadas, Ele irá lhe conduzir ao lugar
que Ele lhe prometeu. Ele já sabe qual é, e, por isso te orienta. Você pode
chegar lá amanhã, depois de amanhã, no mês que vem, ou pode findar os seus dias
pelo deserto mesmo. A escolha é sua!
Deserto é lugar de crescimento espiritual! Muito bom, parabéns por se deixar ser um canal de benção! Bjoss
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