quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Fale mais com o seu Pai





E, posto em agonia, orava mais intensamente” (Lucas 22:44)

Certa vez conversava com uma conhecida e ela me contava a respeito da luta que estava enfrentando em sua casa. Eu disse que ela deveria orar e clamar pela misericórdia de Deus em favor de sua casa, ela então me respondeu: “Orar mais do que eu já oro?” Então eu entendi o porquê dela não ter conseguido nenhum progresso naquela circunstância que estava vivendo. Se você for conversar com alguém e a pessoa alegar que ora muito, ela já se descredibiliza, porque o verdadeiro cristão sabe que a bíblia nos instruiu a “orar sem cessar” (1 Tessalonicenses 5:17), quem realmente dedica a oração sempre reconhece que poderia e deveria orar muito mais. 

A passagem citada no inicio deste post está no livro de Lucas, capitulo 22 quando Jesus foi ao Monte das Oliveiras com seus discípulos para orar na noite em que foi traído por Judas e entregue aos pecadores. Ao chegar ao monte, Jesus ordenou-lhes que orassem para que não caíssem em tentação e afastou-se para fazer sua oração em um lugar mais reservado. Jesus sabia de tudo que iria padecer e então orou a Deus: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22:42) Depois dessa oração Deus enviou um anjo para lhe fortalecer. E Jesus demonstrando aflição orou com mais intensidade. Quando retornou ao lugar onde os discípulos estavam Jesus achou-os dormindo de tristeza. 

Se você nunca passou pela experiência de estar em uma situação que traz muita tristeza em seu coração a ponto de não ter forças para orar, com certeza já se deparou com alguém que tenha passado por isso. Pessoas que ao invés de buscar a Deus em meio à tristeza, dormem (entregam-se a circunstância da dor e não busca vivificar o seu espírito em Deus). O nosso post de hoje é sobre oração, pois o nosso Papai do Céu quer conversar muito mais conosco. 

A primeira coisa que devemos nos atentar é sobre a maneira como conversamos com Deus e, se realmente conversamos. Muitas pessoas tem o hábito de “rezar” e não “orar”. Mas existe diferença? Rezar vem do latim, significa “recito” que significa “ler em voz alta”, “apresentar lendo”, “citar”, “repetimos de cor”. Este estudo da raiz e de seu significado se aplica às preces prontas, de autorias de outras pessoas que aprendemos e repetimos. O verbo “orar” vem do termo latino “oro” que significa “dizer”, “falar” Orar é conversar com Deus, abrir o seu coração a Ele e ouvi-lo também. À medida que falamos com Deus em oração fortalecemos o nosso relacionamento com ele, “estreitamos” os laços, quando se estreita um relacionamento com uma pessoa nós nos tornamos mais íntima dela, não é mesmo? Nós aprendemos a confiar nesta pessoa e sempre desejamos sua presença perto de nós. Assim também somos com Deus quando buscamos um relacionamento mais íntimo com Ele, e, que só é possível por meio de oração. Jesus sabia do Seu propósito na terra, Ele sabia que seria traído, humilhado, crucificado e morto. Mas ainda assim consciente de tudo o que iria passar Ele dedicou aquele  tempo para orar a Deus, falar com seu Pai, aos pés dEle colocava toda sua aflição mesmo pedindo que a vontade do Criador prevalecesse em sua vida. 

Quando recorremos a Deus em oração fortalecemos o nosso coração e ficamos mais fortes para enfrentar as circunstâncias da vida, nem sempre ao orarmos o problema o qual enfrentamos desaparecerá, mas o intuito é de fortalecer o nosso Espirito em Deus e receber a porção de Deus em nossas vidas, o renovo, a força, a provisão. Quando fora levado pelos sacerdotes em nenhum momento Jesus demonstrou aflição, pois durante o período de sua oração Deus o fortaleceu e o preparou para o que estava por vir. 

No velho testamento temos o relato de quando Deus ordenou a Moisés que construísse o tabernáculo: “E me farão um santuário e habitarei no meio deles” (Êxodo 25:8). Deus o orientou quanto à estrutura do tabernáculo e dos pertences que deveriam ser colocados nele. A tenda da congregação, como também era chamado o tabernáculo tinha três divisões: o Pátio, onde tinha a porta de entrada, onde ficava o altar dos holocaustos e a pia de bronze para purificação dos sacerdotes; o Lugar Santo, onde havia o castiçal de ouro, os pães da presença (pão asmos, sem fermento) que eram apresentados como oferta de gratidão a Deus e o altar do incenso, que ficava em frente ao véu que dava acesso ao Santo dos Santos, este era acendido com o fogo do altar do holocausto, se o incenso não ardia em chamas, aquela oferta não tinha cheiro agradável ao Senhor. E por último, no interior do interior do tabernáculo, havia o Santo dos Santos, onde ficava a arca da aliança, que representava a presença de Deus entre seu povo, neste lugar somente o sumo sacerdote podia ter acesso e somente uma vez por ano (Hebreus 9:7) para aspergir sobre a tampa da arca o sangue do sacrifício feito para expiação dos pecados de todo o povo. A única coisa que separava o Lugar Santíssimo do Santo dos Santos era um véu e somente o sumo sacerdote podia passar por ele, somente por meio de um mediador nomeado por Deus e um sacrifício de um animal puro, o homem podia se aproximar de Deus. 

Depois de ser crucificado, antes de morrer Jesus disse “Está consumado!” A Bíblia conta que houve uma escuridão na terra e o véu do tabernáculo que dava acesso ao Santo dos Santos fora rasgado de cima a baixo (Mateus 27:51). Jesus tornou-se sacrifício para a remissão dos nossos pecados e agora temos um sacerdote sentado à destra do trono da majestade (Hebreus 8:1). O véu foi rasgado, não há mais necessidade de queima de incenso, o fogo do sacrifício que ardia no incenso deve arder agora em seu coração, e este fogo é o Espírito Santo e a fumaça que subia com a finalidade de acessar o trono da graça representa hoje a nossa oração. Quanto mais fogo mais alto subirá as nossas orações, portanto, orações frias não chegam ao trono da graça.
Jesus nos deu esse acesso, Deus não está distante de nós, mas às vezes esquecemo-nos do quão extraordinário isso representa em nossas vidas. O caminho foi aberto, o acesso agora é livre. Com sua morte e ressureição Jesus restaurou o nosso relacionamento com Deus, nos fez filhos de Deus, um filho não pode mandar recado para que um servo converse com Deus, ele mesmo tem liberdade de falar diretamente com o pai. O único véu que existe entre o homem e Deus é o véu da idolatria, do orgulho e da preguiça em buscá-lo. Imagine seu pai morando em sua casa e você ficasse sem falar com ele dias, meses, anos. Assim somos nós, o Espírito Santo de Deus habita em nós, e nós ignoramos sua presença ao invés de deliciarmos com Tua voz, Tua instrução, Teu cuidado, Tua provisão. Deus quer que tenhamos mais intimidade com Ele, Ele quer que tenhamos tempo de qualidade com Ele, Ele quer cuidar de nós, mas para isso precisamos permitir ser cuidado por Ele, dedicarmos nosso tempo a Ele. Aceite a paternidade de Deus! Fale com Ele, ouça-O, não fique na porta de entrada do Pátio se você pode colocar-se diante dos Santos dos Santos.

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