sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Setenta vezes sete – Como funciona essa conta de Jesus?





Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete. (Mateus 18:21-22)

Logo após responder a Pedro sobre a quantidade de vezes que deveria perdoar, Jesus contou-lhes a parábola de um rei que foi fazer contas aos seus servos e foi lhe apresentado um servo que lhe devia dez mil talentos. Como não tinha como quitar sua divida o rei ordenou que ele, sua mulher, seus filhos e tudo quanto tinha fossem vendidos para que a conta fosse paga. Mas o servo prostrou-se diante do rei e o reverenciou pedindo que fosse generoso para com ele, pois, ele iria pagar a conta quando pudesse. O Senhor daquele servo teve compaixão e perdoou a dívida e o liberou. Assim que saiu da presença do rei, o servo encontrou um de seus companheiros que lhe devia um dinheiro e tentou sufoca-lo ordenando que pagasse o que lhe devia. O rei soube do ocorrido e chamou aquele servo e disse-lhe: “Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu também tive misericórdia de ti?” E indignado o rei entregou o servo aos atormentadores até que pagasse tudo o que lhe devia. 

Jesus contou essa parábola para demonstrar como era o reino dos céus. “Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoades, cada um a seu irmão as suas ofensas” (Mateus 18:32-35). Quando respondeu a Pedro que deveríamos perdoar setenta vezes sete, Jesus não se referia há uma multiplicação comum, “setenta vezes sete” nas contas de Jesus significa “sempre”. Somos humildes quando precisamos que o outro compreenda e perdoe os nossos erros e nossas faltas, mas somos arbitrários quando fomos nós os ofendidos e acusados. Queremos ser perdoados, mas, somos resistentes quando o assunto é perdoar, às vezes até perdoamos ou dizemos que perdoamos, mas se ainda houver mágoa no coração, este perdão é dúbio. Jesus disse “se de coração perdoardes”. Deus nos conhece, máscaras e capa por mais bonitas que fiquem em nós, Ele nem repara nelas, Ele olhe lá o íntimo, o profundo e o escondido do nosso coração. 

Desde a minha adolescência sofria com enxaqueca, tinhas dores fortíssimas e passava muito mal, lembro-me de inúmeras madrugadas ser levada por minha irmã às pressas ao hospital, segurava a minha cabeça, pois a sensação que tinha é que ela iria estourar tamanha era a dor que eu sentia. Eu só consegui controlar essa terrível dor quando finalmente encontrei um remédio que realmente fazia efeito, pois já havia experimentado vários, inclusive aqueles que exigem o controle especial (receitas especiais). Eu tomava um comprimido quase todos os dias praticamente e às vezes chegava a tomar mais de um, estava totalmente dependente daquilo.

Eu tinha muita mágoa em meu coração, mágoa de mim mesma e de pessoas com as quais havia decepcionado. O Senhor cobrava-me para que liberasse e também pedisse perdão, e eu mostrava certa resistência a certas situações, tentando justificar ao Senhor o motivo de não querer perdoar algumas pessoas. Foi então quando o Senhor ministrou ao meu coração de que nada do que eu fizesse faria o amor dEle diminuir por mim, e nada do que as outras pessoas fizessem iria fazer com o que o amor dEle diminuísse por elas. Da mesma forma como ele me amava ele amava a quem me feriu e aos que eu havia ferido. O amor dEle fez com que os meus pecados e as minha iniquidades fossem perdoados. Então se Ele havia me perdoado e dos meus pecados não se lembrava mais porque eu, falha e pecadora, não deveria perdoar a quem havia falhado comigo também. 

Perdoar não é fácil! Para perdoar quem nos feriu e até mesmo pedir perdão para quem nos ferimos é necessário quebrar o orgulho, a vaidade, admitir erros e falhas, e a maioria do ser humano tem dificuldade de admitir os seus erros, fácil é enxergar os dos outros. Mas ainda assim, eu o fiz. Algumas situações me trouxeram dor, lágrimas, constrangimentos, mas daquele peso eu me livrei quando permiti que o perdão reinasse em meu coração.  E foi esse o remédio para a cura das fortes dores que sentia em minha cabeça fui liberta da dependência de remédios. Já ouvi vários testemunhos de curas físicas e emocionais pelo simples fato da pessoa liberar perdão. 

Antes do pecado da desobediência havia pureza no coração do homem e da mulher. Esse pecado fez com que o homem se afastasse de Deus. Jesus veio à terra em carne e sangue para ligarmos a Deus novamente, pois se o pecado entrou  por um homem, por um homem ele deveria ser remido. Para Deus o sacrifício de Jesus na cruz nos remiu: “Esta é a aliança que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, e as escreverei em seus entendimentos; acrescenta: E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades. Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado.  Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus”. (Hebreus 10:16-21)

O sangue de Jesus nos lavou e purificou, Ele se tornou o nosso sacerdote diante Deus, é Ele quem intercede por nós no céu. Quando Deus nos perdoa, Ele nos perdoa pelo o que Jesus fez, e não por nós mesmos. A nós cabe o arrependimento. A misericórdia do Senhor se renova todas as manhãs e graças a ela não somos consumidos. Ninguém conhece você mais do que Deus e você mesmo. Você sabe da sua vida, da sua história, do seu passado então, faça uma reflexão da maneira como se comporta ou já se comportou, dos erros cometidos, das falhas, das pisadas nas bolas. Quão imperfeitos somos, não é mesmo? Deus nos ama nesta imperfeição, e perdoa os nossos erros. Só que às vezes queremos ser maiores que o Soberano e Poderoso Criador do céu e da terra e achamos no direito de julgar o comportamento do outro e de não perdoá-lo “nunca mais”. Jesus o único homem que não cometeu pecado e fora injustamente condenado, enquanto era zombado e escarnecido disse: “Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Enquanto cristãos não devemos exigir do outro o que não somos. No versículo citado acima Deus diz que “colocará sua lei em nosso coração”, a lei do Senhor diz que devemos “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos”, se a lei do Senhor está em nosso coração porque não a obedecemos? É o tempo de esvaziarmos de nós para enchermos de Deus, diminuir nossas vontades e fazer as dEle. Quando você não perdoa o prisioneiro é você! Deus nos chamou à liberdade! Seja livre!     

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Solidão ou Deserto?





“O Deus, tu és o meu Deus forte; eu te busco ansiosamente; a minha alma tem sede de ti, meu corpo te almeja, como terra árida, exausta, sem água” (Salmo 63:1) 

Deserto, quem nunca passou por um? Todo cristão tem uma experiência no deserto. Deserto não é lugar de sofrimento, mas de crescimento. Deus nos leva ao deserto para que tenhamos sede e fome dEle. Durante essa trajetória não compreendemos toda a aridez que enfrentamos somente quando chegamos na Terra Prometida compreendemos o quão valioso foi o período que estivemos na terra seca. O deserto pode durar dias, meses, um ano, ou vários anos, isso depende de qual lugar o Senhor quer nos levar e se nós estamos dispostos a colaborar. 

A bíblia cita várias passagens pelo deserto. Mas abordaremos neste post uma em especial: o deserto por onde andou os israelitas. O livro de Êxodo relata quando Moisés foi chamado por Deus enquanto apascentava as ovelhas de seu rebanho: E disse o Senhor: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores. Portanto desci para livrá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra, a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel”. (Êxodo 3:7-8). Nessa passagem Deus fala que ouviu o clamor do seu povo e viu a aflição que aquela gente passava naquela vida de escravidão, e escolheu Moisés para liderar a saída deles do Egito, pois Ele tinha um lugar muito melhor para eles habitarem, um lugar onde eles teriam liberdade. Houve muita resistência de Faraó em libertar os israelitas mesmo com todas maldições e pragas que a ele e a seu povo caiu, ele resistia não permitindo que o povo deixasse de o servir. Quando finalmente os israelitas conseguiram fugir, faraó mandou seu exército persegui-los, quando notaram a perseguição dos inimigos entraram em desespero, pois encontraram se em um beco sem saída, atrás deles um exército e à sua frente o Mar Vermelho. Mas Deus tinha um propósito na vida daquele povo e não seria um mar que iria impedir. Então ordenou a Moisés que estendesse o cajado em direção ao mar e este se abriu depois que os israelitas passaram o Senhor ordenou a Moisés que estendesse novamente o cajado em direção ao mar para que este se fechasse nessa hora o exército inimigo que os seguia morreram afogados. 

Deus derrotou os inimigos dos israelitas diante deles, imaginem só a felicidade daquela gente. Mas eles tinham uma terra a ser conquistada, eles tinham que seguir em direção ao lugar onde finalmente poderiam chamar de “seu”, mas se depararam com um deserto no percurso. A bíblia conta que Deus ia adiante deles de dia numa coluna de nuvem para mostra-lhes o caminho e de noite numa coluna de fogo para os iluminar (Êxodo 13:21). Depois de andar bastante sentiram sede, mas não encontraram água, somente três dias depois de longa caminhada encontraram água, porém esta era inapropriada ao consumo, pois eram amargas, o povo começou a reclamar a Moisés, e então Deus ordenou a ele que jogasse um pedaço de madeira na água e ela então ficou boa de beber. No deserto também não tinha comida e os israelitas sentiram fome e foram reclamar com Moisés, na verdade embora falassem com Moisés a murmuração deles era contra o próprio Deus. Então eles sentiram saudade da carne que comia no Egito. Mais uma vez Deus deu sua provisão e alimentou o seu povo com maná que caía todos os dias do céu. Com água e alimento a murmuração ainda não tivera fim, o povo murmurou durante todo o percurso no deserto e andaram em círculos, muitos nem chegaram à terra prometida.
Impossível não ler o livro de Êxodo e não demonstrar certa irritação contra o povo de Deus. Céus! Tudo o Senhor fez para que aquele povo saísse do Egito, até a resistência no coração de Faraó foi o próprio Deus quem colocou para não deixar dúvidas que Ele é o Deus Todo Poderoso e que a vontade dEle sempre prevalece. Ele fez de um mar, um caminho, das aguas amargas, doces e fez chover comida do céu. Deus não foi somente o libertador daquele povo como serviu de mordomo a eles durante todo o percurso. Eles haviam sido libertos do Egito, mas isso representou muito pouco a eles, pois sentiam constante falta da terra onde viviam como escravos sentiram saudades da carne do Egito. Eles haviam saído da escravidão, mas ainda permaneciam com a mente escrava. 

Ao longo de nossa vida atravessamos alguns desertos também. E o primeiro deserto vem assim que somos libertos e resgatados por Jesus. O Senhor nos tira do lugar da escravidão e nos leva para terrenos áridos para nos conduzir a terra prometida, o lugar onde Ele preparou para nós. Mas deserto não é um lugar muito agradável, passamos por experiências amargas, não temos o alimento que éramos acostumados a comer na terra da escravidão e contamos apenas com o alimento que Deus quer nos dá. Deserto é lugar de tratar o caráter, lugar de provações, de trazer a luz o que há em nosso coração. O Senhor nos leva ao deserto não é para sofrermos, mas para nos moldar segundo a Tua vontade e capacitarmos para a vida que Ele quer que nós tenhamos na Terra prometida. 

Mas no inicio do percurso no deserto às vezes a liberdade ainda não nos tomou por completo, chegou apenas no espírito, mas não à nossa mente. Ainda nos pegamos comparando algumas situações que passávamos e parecia ser mais fácil. Mesmo experimentando da provisão divina e o cuidado de Deus conosco retrocedemos com murmuração. Qualquer dificuldade por menor que seja é um motivo para questionar a Deus, ainda bem que Ele não reponde ao nosso mal, com mal. A murmuração bloqueia a nossa comunicação com Deus, ela tapa os nossos ouvidos, vivemos em meio a tanta reclamação que não conseguimos perceber o que o Senhor tem nos falado para fazer, e isso faz com que andemos em círculo, como andaram os israelitas no deserto porque não ouviram a Deus, e no deserto a única exigência que Deus faz é que O ouçamos e obedecemos a Sua voz. Mas às vezes nós pensamos que o sacrifício de Jesus na cruz não foi suficiente para mostrar o amor de Deus por nós, que livrar a nossa alma do inferno não foi suficiente e aí julgamos o amor de Deus por nós porque ele não fez o que queríamos ou do jeito que achávamos que era bom, aquele jeitinho que a mente escrava estava condicionada a fazer. E justamente por nos amar que Deus não vai fazer mesmo, pois o propósito dEle não era de tirarmos da escravidão do Egito e levarmos à escravidão no deserto. O proposito dEle é libertarmos da escravidão e levarmos a dependência Dele. O mundo secular tem um conceito de liberdade que é na verdade uma falsa-liberdade. Liberdade verdadeira somente Cristo quem nos dá. A liberdade verdadeira é não ser escravo do mundo mas ser dependente de Deus, pois Ele é o único que quer o melhor para nós.  
 
Eu não sei qual o nome do deserto que você está, muitos dizem o “meu deserto não tem fim” repreenda este pronome “meu” em nome de Jesus. Deserto não é lugar de moradia, é lugar de passagem, mas se você se vê dando voltas e não saindo do lugar, cometendo os mesmos erros, os mesmos pecados, enfrentando as mesmas provações e lutando contra as mesmas tentações você precisa tirar faraó do domínio da sua vida e confiar ela a Deus. Ás vezes o deserto pode parecer solidão, ninguém em nossa volta, ninguém para orar por nós, saímos à busca de alguém para nos ouvir ou aconselharmos mas não encontramos é como se de repente tornássemos invisíveis aos olhos das pessoas, isso não é solidão, isso é deserto. Solidão somos nós mesmos quem buscamos, o deserto é Deus quem nos dá, e é para que aprendamos que somente a graça dEle basta em nossa vida. Deus não te levou a um deserto para te deixar sozinho da mesma forma que Ele acompanhou os israelitas dia e noite Ele acompanha você também, e se Ele trouxe você a esse deserto é porque tem terra frutífera logo adiante, ouça-O, obedeça ao Senhor. Se você acha que este deserto está extenso demais repare na forma como você vem se retratando a Deus, você pergunta a Ele o que Ele quer que você faça, que direção Ele quer que você tome, ou você está reclamando do novo desafio que Ele te deu, do que você deixou para trás? Se você gosta tanto de olhar para trás, pode olhar sim, mas olhe com um olhar diferente, não enxergue as dificuldades que você passou, a dor ou o sofrimento, repare apenas em tudo o que foi feito por Deus para lhe tirar de onde você estava, da situação que te oprimia, do relacionamento que te escravizava. Deus não é Deus de obras inacabadas, Ele irá lhe conduzir ao lugar que Ele lhe prometeu. Ele já sabe qual é, e, por isso te orienta. Você pode chegar lá amanhã, depois de amanhã, no mês que vem, ou pode findar os seus dias pelo deserto mesmo. A escolha é sua!  

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Fale mais com o seu Pai





E, posto em agonia, orava mais intensamente” (Lucas 22:44)

Certa vez conversava com uma conhecida e ela me contava a respeito da luta que estava enfrentando em sua casa. Eu disse que ela deveria orar e clamar pela misericórdia de Deus em favor de sua casa, ela então me respondeu: “Orar mais do que eu já oro?” Então eu entendi o porquê dela não ter conseguido nenhum progresso naquela circunstância que estava vivendo. Se você for conversar com alguém e a pessoa alegar que ora muito, ela já se descredibiliza, porque o verdadeiro cristão sabe que a bíblia nos instruiu a “orar sem cessar” (1 Tessalonicenses 5:17), quem realmente dedica a oração sempre reconhece que poderia e deveria orar muito mais. 

A passagem citada no inicio deste post está no livro de Lucas, capitulo 22 quando Jesus foi ao Monte das Oliveiras com seus discípulos para orar na noite em que foi traído por Judas e entregue aos pecadores. Ao chegar ao monte, Jesus ordenou-lhes que orassem para que não caíssem em tentação e afastou-se para fazer sua oração em um lugar mais reservado. Jesus sabia de tudo que iria padecer e então orou a Deus: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22:42) Depois dessa oração Deus enviou um anjo para lhe fortalecer. E Jesus demonstrando aflição orou com mais intensidade. Quando retornou ao lugar onde os discípulos estavam Jesus achou-os dormindo de tristeza. 

Se você nunca passou pela experiência de estar em uma situação que traz muita tristeza em seu coração a ponto de não ter forças para orar, com certeza já se deparou com alguém que tenha passado por isso. Pessoas que ao invés de buscar a Deus em meio à tristeza, dormem (entregam-se a circunstância da dor e não busca vivificar o seu espírito em Deus). O nosso post de hoje é sobre oração, pois o nosso Papai do Céu quer conversar muito mais conosco. 

A primeira coisa que devemos nos atentar é sobre a maneira como conversamos com Deus e, se realmente conversamos. Muitas pessoas tem o hábito de “rezar” e não “orar”. Mas existe diferença? Rezar vem do latim, significa “recito” que significa “ler em voz alta”, “apresentar lendo”, “citar”, “repetimos de cor”. Este estudo da raiz e de seu significado se aplica às preces prontas, de autorias de outras pessoas que aprendemos e repetimos. O verbo “orar” vem do termo latino “oro” que significa “dizer”, “falar” Orar é conversar com Deus, abrir o seu coração a Ele e ouvi-lo também. À medida que falamos com Deus em oração fortalecemos o nosso relacionamento com ele, “estreitamos” os laços, quando se estreita um relacionamento com uma pessoa nós nos tornamos mais íntima dela, não é mesmo? Nós aprendemos a confiar nesta pessoa e sempre desejamos sua presença perto de nós. Assim também somos com Deus quando buscamos um relacionamento mais íntimo com Ele, e, que só é possível por meio de oração. Jesus sabia do Seu propósito na terra, Ele sabia que seria traído, humilhado, crucificado e morto. Mas ainda assim consciente de tudo o que iria passar Ele dedicou aquele  tempo para orar a Deus, falar com seu Pai, aos pés dEle colocava toda sua aflição mesmo pedindo que a vontade do Criador prevalecesse em sua vida. 

Quando recorremos a Deus em oração fortalecemos o nosso coração e ficamos mais fortes para enfrentar as circunstâncias da vida, nem sempre ao orarmos o problema o qual enfrentamos desaparecerá, mas o intuito é de fortalecer o nosso Espirito em Deus e receber a porção de Deus em nossas vidas, o renovo, a força, a provisão. Quando fora levado pelos sacerdotes em nenhum momento Jesus demonstrou aflição, pois durante o período de sua oração Deus o fortaleceu e o preparou para o que estava por vir. 

No velho testamento temos o relato de quando Deus ordenou a Moisés que construísse o tabernáculo: “E me farão um santuário e habitarei no meio deles” (Êxodo 25:8). Deus o orientou quanto à estrutura do tabernáculo e dos pertences que deveriam ser colocados nele. A tenda da congregação, como também era chamado o tabernáculo tinha três divisões: o Pátio, onde tinha a porta de entrada, onde ficava o altar dos holocaustos e a pia de bronze para purificação dos sacerdotes; o Lugar Santo, onde havia o castiçal de ouro, os pães da presença (pão asmos, sem fermento) que eram apresentados como oferta de gratidão a Deus e o altar do incenso, que ficava em frente ao véu que dava acesso ao Santo dos Santos, este era acendido com o fogo do altar do holocausto, se o incenso não ardia em chamas, aquela oferta não tinha cheiro agradável ao Senhor. E por último, no interior do interior do tabernáculo, havia o Santo dos Santos, onde ficava a arca da aliança, que representava a presença de Deus entre seu povo, neste lugar somente o sumo sacerdote podia ter acesso e somente uma vez por ano (Hebreus 9:7) para aspergir sobre a tampa da arca o sangue do sacrifício feito para expiação dos pecados de todo o povo. A única coisa que separava o Lugar Santíssimo do Santo dos Santos era um véu e somente o sumo sacerdote podia passar por ele, somente por meio de um mediador nomeado por Deus e um sacrifício de um animal puro, o homem podia se aproximar de Deus. 

Depois de ser crucificado, antes de morrer Jesus disse “Está consumado!” A Bíblia conta que houve uma escuridão na terra e o véu do tabernáculo que dava acesso ao Santo dos Santos fora rasgado de cima a baixo (Mateus 27:51). Jesus tornou-se sacrifício para a remissão dos nossos pecados e agora temos um sacerdote sentado à destra do trono da majestade (Hebreus 8:1). O véu foi rasgado, não há mais necessidade de queima de incenso, o fogo do sacrifício que ardia no incenso deve arder agora em seu coração, e este fogo é o Espírito Santo e a fumaça que subia com a finalidade de acessar o trono da graça representa hoje a nossa oração. Quanto mais fogo mais alto subirá as nossas orações, portanto, orações frias não chegam ao trono da graça.
Jesus nos deu esse acesso, Deus não está distante de nós, mas às vezes esquecemo-nos do quão extraordinário isso representa em nossas vidas. O caminho foi aberto, o acesso agora é livre. Com sua morte e ressureição Jesus restaurou o nosso relacionamento com Deus, nos fez filhos de Deus, um filho não pode mandar recado para que um servo converse com Deus, ele mesmo tem liberdade de falar diretamente com o pai. O único véu que existe entre o homem e Deus é o véu da idolatria, do orgulho e da preguiça em buscá-lo. Imagine seu pai morando em sua casa e você ficasse sem falar com ele dias, meses, anos. Assim somos nós, o Espírito Santo de Deus habita em nós, e nós ignoramos sua presença ao invés de deliciarmos com Tua voz, Tua instrução, Teu cuidado, Tua provisão. Deus quer que tenhamos mais intimidade com Ele, Ele quer que tenhamos tempo de qualidade com Ele, Ele quer cuidar de nós, mas para isso precisamos permitir ser cuidado por Ele, dedicarmos nosso tempo a Ele. Aceite a paternidade de Deus! Fale com Ele, ouça-O, não fique na porta de entrada do Pátio se você pode colocar-se diante dos Santos dos Santos.