terça-feira, 2 de outubro de 2018

Quem te escolheu foi Deus!



Foto: Internet 


O Pequeno chegou em casa chateado. Era mês de junho e a turma se mobilizava para a Feira de Ciências que a escola estava promovendo. O tema escolhido foi “O Corpo Humano” e cada equipe deveria falar de um sistema específico. Acontece que segundo o Pequeno, a professora escolheu alguns líderes de turma e estes deveriam formar suas equipes. E ele não foi escolhido por nenhum destes. Chateado, ele me disse que não queria participar da Feira por este motivo. Conversamos e falei pra ele da importância de sua participação naquele evento da escola e que ele iria participar sim, e, que conversaríamos com a professora acerca do assunto.


- Mãe, por favor, eu não quero participar! Vou ficar com muita vergonha de aparecer sem ninguém ter me escolhido! – insistiu.


- Você vai, filho, e, vai dar o seu melhor! Os seus coleguinhas vão ver o quanto você é dedicado e na próxima vão querer você com eles. – persistiu uma mãe, sendo mãe.  


Ele continuou falando do seu desejo de não participar.


Conversei com a coordenadora que me disse que a professora havia feito a divisão das equipes. Aqueles que ficaram “sem turma” foram acrescidos por ela às turmas já formadas. O Pequeno estava incluso nessa.


Foram usadas todas as técnicas para convencê-lo. E ele insistentemente dizia não querer participar mesmo sabendo que poderia ser prejudicado na nota. Enfim, na noite anterior ao evento (que aconteceria no sábado pela manhã) ele mudou de ideia. Fomos juntos à Feira e ele ficou maravilhado com toda a estrutura do evento, afinal, era a primeira vez que participava de algo do gênero. Este é o primeiro ano dele nesta escola.


Chegamos ao stand de sua turma e o vi sendo muito bem recepcionado pelo coleguinha que já estava em seu posto. A professora o instruiu e à medida que os visitantes chegavam ele apresentava a sua parte do conteúdo, de modo meio tímido, porque ele não gosta de nada que o coloque em evidência/exposição, mas, modéstia a parte, ainda que timidamente expressou um carisma e um jeitinho que conquistou os que se aproximaram dele (Genética da Mãe, Certeza!). Ele concluiu o trabalho maravilhado com a experiência. E como mães, devemos aproveitar toda circunstância para levar um ensino aos nossos filhos. Falei do quanto ele teria perdido se não tivesse participado e que ele não deveria mais deixar que a preferência do outro o fizesse sentir inferior e incapaz de fazer algo que ele tem capacidade para fazer. 



“Sabei que o Senhor é Deus; foi ele, e não nós,
que nos fez povo seu  e ovelhas do seu pasto”.
(Salmos 100:3)



Lembrei-me dessa história quando meditava neste versículo. Todo ser humano já experimentou a rejeição em algum momento da vida. É normal, tanto que como mães, somos instruídas a preparar os nossos filhos para as frustrações para que estes possam crescer nas adversidades. São essas experiências que forjam nosso caráter e emoções e nos dão maturidade emocional, espiritual e física também.  Quem não passou por uma situação de não ser escolhido para fazer parte do time de futebol da escola na infância ou da brincadeira entre a vizinhança? Quem viu o “homem/mulher” dos seus sonhos escolhendo outra (o) e sentiu-se inferior? Passamos a vida assim, nos medindo a partir da preferência do outro, sendo que, a preferência do outro é um conjunto da perspectiva do que este considera ser bom e desejável segundo suas prioridades.  Imagine se o sorvete de chocolate se sentisse um inútil a ponto de pedir para ser tirado do freezer expositor da sorveteria porque a primeira pessoa que esteve ali escolheu o sorvete de morango (Eu me desesperaria!)? Ah Ana, que comparação boba! Isso é só para ver o quanto é bobo nos medirmos a partir da rejeição do outro!


A rejeição dói, isso é fato! Tive que lidar com ela por muito tempo devido a ausência paterna e bloqueios de traumas a qual fui submetida na infância. Sempre que me deparo com situações onde ela insiste em se intrometer em minha vida eu oro ao Senhor pedindo-Lhe que me ensine a ver aquela situação de outro modo, a ver segundo a ótica dEle e não da minha (Isso faz uma diferença absurda!). Mas uma das mais lindas experiências de que me recordo com Deus envolve esse versículo em questão:  “Sabei que o Senhor é Deus; FOI ELE (Deus), E NÃO NÓS (Substitua o NÓS pelo nome de alguém que tem te rejeitado/rejeitou e que você ainda não conseguiu perdoar), QUE NOS FEZ POVO SEU  e ovelhas do seu pasto”. (Salmos 100:3).


Após lidar décadas com a rejeição paterna (ainda publicarei no tempo oportuno acerca do desfecho disso) recebi essa Palavra como um bálsamo que trouxe cura às minhas emoções. Quando os meus olhos se abriram e me dei conta que “O SENHOR DEUS”, sim, esse que é “ O TODO PODEROSO” havia escolhido a mim e por meio de Seu Filho Jesus, tornou-me Sua filha. Me vi de “rejeitada” à “desejada como filha, e, escolhida para fazer parte da Família dEle” Ah, senti o meu padrão sendo elevado em nível HARD! E é nesses momentos que nos damos conta do quanto nos desvalorizamos e fazemos um juízo tão baixo de nós mesmos quando na verdade o Senhor, o Nosso Criador nos fez de modo tão especial e fez questão de levar-nos a mais próximo dEle por intermédio de Nosso Salvador Jesus!


Uma noite, pouco tempo após a minha conversão, chorava enquanto orava ao Senhor deitada em minha cama e o meu filho dormia ao meu lado. Eu havia acabado de passar por um processo de separação conjugal e estava muito abalada emocionalmente. Recordo – me dele (dormindo) ter virado e ter dito: - Mãe, a senhora é linda. Porque tudo o que Deus faz é bom! (Eu sei que aquelas palavras do Pequeno foram por inspiração divina. O Senhor colhia as minhas lágrimas e quando ouvi aquilo meu coração foi tomado pela alegria do Senhor. Ele estava ali e manifestou o Seu Amor recordando – me de Sua Palavra)


Quando diminuímos a nós mesmos, não somos a nós quem diminuímos, mas, Aquele que nos criou. Quando você olha para algo criado, uma obra de arte ou um alimento preparado ou o que quer que seja. Você pode julgá-lo bonito ou feito, de gosto agradável ou não, certo? Mas o responsável pelo resultado daquela criação é de quem a criou. E Deus não erra naquilo que faz! Assim como não errou quando fez você! Deus é Bom! E te escolheu para fazer parte do Seu rebanho. Essa é a Verdade que te incluí e não o reconhecimento ou a aceitação das pessoas!




“Não fostes vós que me escolhestes; ao contrário, Eu vos escolhi a vós e vos designei para irdes e dardes fruto, e fruto que permaneça. Sendo assim, seja o que for que pedirdes ao Pai em meu Nome, Ele o concederá a vós” (João 15:16) 


Fez sentido  este versículo para você? Para mim fez e sempre faz muito! Shalom! Boa tarde!