Deixa Deus guiar os seus passos.
“Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais”. Jr 29:11
Quando criança sonhava em ter uma mesa de centro na sala da casa onde morava com minha mãe. No período da minha adolescência vendia produtos dessas revistas de catálogos e em certo mês obtive um lucro maior que os meses anteriores e fui a um marceneiro solicitar um orçamento do móvel, porém fiquei muito triste quando soube que o valor de custo era superior ao que eu tinha em mãos. No ano seguinte fui morar em outra cidade na casa de uma das minhas irmãs e sugeri que tivéssemos a tal mesa, porém, ela não concordou, alegando sentir-se incomodada com coisas no meio da casa que segundo ela, atrapalhava o acesso. Eu também não insisti afinal a casa era dela. O tempo passou, eu me casei e ganhei boa parte da mobília da minha casa, e aproveitei alguns móveis que já tinha. Devido algumas escolhas (cada escolha é uma renúncia) tive que mudar de estado e abri mão de todos os meus móveis, pois o preço com transporte não compensava a viagem. Chegando lá comprei móveis novos, mas foi pouco o investimento, pois sabia que o tempo que iria ficar ali seria curto, e foi o que houve, retornei anos depois ao meu Estado de origem, e, a história se repetiu mais uma vez, venda de móveis/compra de móveis. Recordo-me então de estar numa loja, e assim que acabara de escolher um jogo de sofá fui surpreendida: “O que você acha de levarmos essa mesa de centro. Vai combinar com o jogo de sala” respondi com um “Ah, sim. Ela é bonita. Vamos levá-la”. Naquele instante aquela mesinha era um móvel como outro qualquer, aliás, um tanto quanto desnecessário, mas já havia sido inclusa na compra, e realmente eu havia gostado dela.
Isso aconteceu há mais de dois anos. Há pouco mais de um ano eu e o meu filho mudamos pra Palmas, e, desta vez não foi preciso vender nenhum móvel (Graças a Deus!). A nossa mesa de centro está conosco até hoje, e tem sua usabilidade, a utilizamos para brincar, e até mesmo realizamos algumas refeições nela, pois é bem espaçosa. E foi preparando a mesinha para um lanche, ao colocar as almofadas em sua volta para sentarmos, que surpresa recordei me: “Nossa, eu tenho uma mesa de centro” sorri toda boba, às vezes me surpreendo com anseios que tenho com desejos tão simples. E foi na simplicidade de um desejo de infância que o Senhor falou forte ao meu coração: “Filha, viu a mesa que um dia você quis tanto ter, hoje você a tem. Certas coisas que você tanto desejava, assim como essa simples mesa, você não estava no lugar certo para recebê-las, os lugares aos quais você os tinha como seu não eram definitivamente seu, as pessoas a quem confiava seus sonhos, não faziam parte dele, porque os sonhos são seus e não delas. Entre o sonho que "EU" plantei em seu coração ao cumprimento da promessa tem um percurso, e este percurso é o que vai levá-la ao lugar ideal, o lugar do cumprimento de tudo o que planejei para ti”.
Às vezes nós mesmos esquecemos os nossos sonhos, mas Deus não esquece, porque foi Ele mesmo quem nos deu. Foi assim com José, filho de Jacó. Deus revelou em um sonho em quem o Senhor o tornaria (Gn 37:9). Na casa de seu pai, José jamais seria governador do Egito e um homem importante respeitado por toda uma nação. Foi preciso um “percurso” até chegar ao lugar onde a profecia se cumpriria. Este percurso incluiu calabouços, calafrios, injúrias, acusações e condenações. José pagou um preço por ter sido fiel aos seus princípios e o Senhor o honrou, enquanto muitos e inclusive ele mesmo pensavam que estivesse sido esquecido na prisão (Gn 40:23), o que todos não sabiam era que a prisão era o último estágio de provação para o cumprimento da promessa em sua vida.
Você sabe onde o percurso por onde andas te levará? Um viajante saiu em seu carro com destino a uma cidade que não conhecia e se deparou com um cruzamento com várias estradas sem sinalização, então escolheu um caminho qualquer e descobriu logo a frente que aquele não o levaria a tal cidade. Ele retornou e escolheu outra estrada, e descobriu que também não era aquela. Depois de várias tentativas, ele sabia que de qualquer forma chegaria ao lugar desejado, e então em sua última escolha percorreu a estrada certa que o conduziu a cidade que ele desejava conhecer. Se o viajante tivesse perguntado antes a alguém que realmente conhecesse o caminho sobre qual estrada seguir, ele não teria perdido tanto tempo tentando encontrá-la.
Deus é fiel e cumpre as promessas feitas a nós (Nm 23:19), nós podemos colaborar para que o cumprimento aconteça em tempo hábil se alinharmos os nossos caminhos aos Dele. Não perca tempo andando em vão pergunte ao Senhor se o caminho que você está é o que te levará ao lugar onde Ele deseja que você chegue, se a resposta for não, peça a Ele que o coloque na direção certa, mesmo que isso lhe custe grandes renúncias, afinal o melhor lugar para estarmos é no centro da vontade de Deus.